sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O dízimo na era cristã.

Dentre as várias virtudes encontradas no novo testamento o qual Deus propôs por meio de Cristo, nós encontramos uma que é bastante relevante. E esta verdade é resumida por Jesus Cristo que disse: e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32. A proposta de Jesus em prover libertação é uma verdade que devemos buscar não só compreender, mas também participar. Deve ficar entendido que essa liberdade a qual Jesus mencionou é eficaz para todas as formas de aprisionamento que acomete a mente humana. Neste esboço, quero me deter apenas em uma forma de aprisionamento que tem sido empreendido sobre várias pessoas no meio cristão, podemos chamar este aprisionamento de escravidão induzida, passiva, e compartilhada. Induzida: devido à lavagem cerebral ser realizada pelos líderes denominacionais. Passiva: causada pela inércia do povo em procurar e conferir nas escrituras por si. Compartilhada: devido aos membros leigos serem na sua grande maioria cúmplices da escravidão a qual são submetidos. O assunto a ser tratado é sobre o dízimo na era cristã. Geralmente os líderes religiosos, e os pregadores do dízimo, lançam mão da escritura sagrada para fundamentar o seu sermão, com o objetivo de convencer os membros que na sua grande maioria são expectadores passivos. E dentre os versos bíblicos utilizados está o preferido que é Mal. 3:8 a 11. Ao utilizar estes versos os pregadores do dízimo estão sutilmente fazendo uma lavagem cerebral nos membros, pois omitem de forma objetiva e proposital todo o contexto, neste caso o livro do profeta Malaquias. E os membros por sua vez não indagam sobre as seguintes questões: para quem foi direcionada a mensagem do profeta? Quem estava roubando a Deus? O que foi roubado? Qual foi a bênção que Deus prometeu? O que será as janelas do céu? O que seria o devorador? O que é o dízimo? Para responder corretamente a estas perguntas será necessário recorrer à bíblia. Mal. 1:1 nos responde para quem foi direcionada a mensagem do profeta, e o restante do capítulo um, nos confirma isto. Percebemos aqui que o objetivo da mensagem contida neste livro foi para o povo de Israel. Mal. 1:1 e 3:9. A desobediência de Israel não se restringia somente na questão dos dízimos, o povo e principalmente os sacerdotes estavam roubando a Deus também nas ofertas, com relação aos dízimos, eles estavam retendo, e quanto à oferta eles negligenciavam o que foi ordenado por Deus. Mal. 1: 13 e 14. Além do povo comum, quem mais estava roubando a Deus? Mal. 2: 2. como temos visto o dízimo era retido e por isso considerado roubado, e as ofertas na sua pureza recomendada por Deus era negligenciada. O que mais era considerado por Deus como roubo? Mal. 3: 5 e 6. Naqueles dias o povo tinha perdido o senso de justiça, não pagavam o trabalhador, e tinham pervertido o direito da viúva, do órfão, e do estrangeiro. Em que sentido eles perverteram o direito desta classe menos favorecida? Deut. 14: 28 e 29. Estes versos vêm desmontar a teoria do dízimo que atualmente temos ouvido, dizem os pregadores do dízimo que o que é arrecadado deve ser utilizado somente para servir aos pastores “sacerdotes” da atualidade, os versos nos mostram que a cada três anos o dízimo era direcionado para o estrangeiro o órfão e a viúva. Esta era a maneira de Deus por misericórdia dar o pão e as vestes para essa classe de pessoas. Deut. 10: 17 e 18. A benção que Deus prometeu está intimamente ligada às janelas dos céus, o que seria a janela dos céus relatada em Malaquias 3: 10? Gen. 7: 11 e 8:2. A janela dos céus diferentemente como pregam os defensores do dízimo e do “evangelho” da prosperidade, não é um local onde Deus supostamente abre para que caia bens materiais, não é isso. A bíblia define janela dos céus como chuva. Imaginem um povo que vive quase que exclusivamente da agropecuária, qual é a maior benção que ele pode receber para que os frutos da terra vinguem? A chuva é claro. E foi exatamente isso que Deus estava propondo para o povo, me tragam os dízimos e as ofertas conforme eu estipulei, e eu mandarei chuvas sobre o vosso solo, e consequentemente vocês ficarão abastados. Lev.26:3 a 5. Mal. 3:11. Atualmente temos ouvido pelos pregadores do dízimo que o devorador são os homens ímpios que retêm o dízimo de Deus, contudo estão prosperando financeiramente, só que isso é um ledo e sórdido engodo. O que será o devorador? Lev. 11:22, Deut. 28:38, Salmo 105: 34 e 35. Ao contrário do que dizem os pregadores do dízimo, a bíblia nos mostra que o devorador são os gafanhotos, faz sentido, pois o dízimo também não era dinheiro, como atualmente se tem pregado por ai. O que é o dízimo bíblico sancionado por Deus? Lev. 27: 30 e 32. Deut. 14: 22. II Cron. 31: 5 e 6. Percebemos o que é o dízimo bíblico? Não é dinheiro. Muitos dirão: é porque não existia dinheiro... Será? Não que não houvesse dinheiro nos tempos bíblicos. Algumas taxas para o Templo só eram aceitas em forma de dinheiro. Êxo. 30:14 a 16. O dinheiro era utilizado para comprar sepulturas Gên. 23:15 e 16. O dinheiro era usado para comprar bois para serem oferecidos em sacrifícios. II Sam. 24:24. Era utilizado para pagar tributos a vassalos. II Reis 23:33 e 35. Era utilizado para comprar imóveis. Jer. 32:9 e 10. Para pagar salários II Reis 22:4 a 7. O próprio Jesus foi vendido por dinheiro. Mat. 26: 14 e 15. Deus mandou por intermédio de Moisés, que os levitas fizessem e trabalhassem primeiro no tabernáculo do deserto e depois no templo erigido por Salomão já em Israel. Deus então designou que esses homens os levitas, por não poderem trabalhar como o restante do povo, pois, impossibilitados por causa do serviço religioso; o povo comum teria então que sustentá-los com os dízimos. Num. 18: 23 e 24. Aqui nós vemos algo interessante, aos levitas não foi dado nenhuma herança, algo que vai contra o conceito de levirato que existe atualmente, pois todos os supostos “sacerdotes” da atualidade, querem mais é prosperar em todas as esferas da vida. Quando o Senhor instituiu os dízimos dentro do povo de Israel tinha alguns objetivos diretos. Foi para prover uma necessidade que havia dentre o povo como em qualquer sociedade, onde existem os menos favorecidos, ou necessitados. Foi para suprir uma falta de recursos para uma pessoa que perdeu seu marido e agora não tem recursos para sustento. Foi para suprir a necessidade dos órfãos, como o das viúvas. Foi para ajudar ao estrangeiro que por ventura estivesse dentro da cidade necessitando de suprimento. Foi para sustentar os levitas que não tinham parte na herança. Vemos ai que Deus instituiu algo para que houvesse um pouco de igualdade entre a nação judaica. Na primeira carta escrita pelo apostolo Pedro ele nos diz que todos os cristãos que anelam o futuro reino de Cristo, e estão compromissados com Deus são sacerdotes. I Pedro 2:9. Pergunto: quem pagará o dizímo para os membros leigos? Pois a bíblia afirma que todos nós somos sacerdotes. A bíblia afirma que a lei do dízimo fazia parte da lei levítica, lei esta que teve o seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. Porque algumas leis os teólogos insistem que foram abolidas e outras não? Porque a lei do dízimo está em vigor e o nazireado não está? Num. 6: 1 a 8 e 13. Outras leis que também foram instituídas por Deus, mas foram abolidas e nem sequer ouve-se falar nelas. A circuncisão, Gen. 17: 9 a 12. A primogenitura, Êxo. 13: 1 e 2. 22: 29. O voto, Núm. 30: 1 a 3. e o mais interessante é que no novo testamento a igreja fazia uso do voto, Atos.18: 18 e 21: 23. O sábado Êxo. 20: 8 a 11. E com um agravante, este ultimo não faz parte da lei levítica, mas sim da lei dos dez mandamentos escritos pelo próprio Deus. Como vimos os homens aboliram o que não era para ser abolido, no caso o sábado do quarto mandamento da lei de Deus, aboliram outras leis levíticas e não aboliram a lei do dízimo, será porque?