sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Colossenses 1.15-20


Um dos textos mais utilizados pelos teólogos para tentarem provar que Jesus Cristo era a segunda pessoa da trindade quando não um ser preexistente é Colossenses 1.15-20. "  Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude.     

Tal como acontece com toda boa exegese bíblica, é importante observar o contexto dos versos e por que seria escrito e colocado onde eles estão. A leitura do livro de Colossenses revela que a Igreja de Colossos tinha perdido seu foco em Cristo. Alguns dos crentes de Colossos na prática abandonaram a sua ligação com o Cabeça, Jesus Cristo, e alguns foram mesmo sendo levados a adorar anjos Cl. 2.18-19. A Carta de Paulo aos Colossos foi um chamado para que eles retornassem para Cristo e aos seus ensinamentos.

 Ao contrário do que se ensinam estes versos não confirmam a Trindade, eles se iniciam com Cristo sendo "a imagem [eikon] do Deus invisível. O Pai é claramente chamado de "Deus" em vários versos, e este teria sido um bom lugar para dizer que Jesus era Deus. Em vez disso, somos informados de que Cristo é a imagem de Deus. Se uma coisa é a "imagem" de outra coisa, então a "imagem" e o "original" não são a mesma coisa. O Pai é Deus, e é por isso que não há nenhum versículo que chama o pai à imagem de Deus. 

Chamando Jesus de a imagem de Deus, tal declaração se coaduna com o verso de João 14.9-10. "Quem me vê a mim, vê o Pai". Mas isso de maneira nenhuma está se referindo a uma mesma essência. Por outro lado os teólogos trinitarianos afirmam que a palavra eikon que é o mesmo que "imagem", ou "representação" significa "manifestação" aqui em Colossenses. 

Acreditamos que a conclusão é injustificada. A palavra eikon ocorre 23 vezes no Novo Testamento, e é claramente usada como "imagem" no sentido comum da palavra. É utilizada como sendo a imagem de César em uma moeda, de ídolos que são imagens feitas pelo homem dos deuses do Antigo Testamento. Que as coisas eram apenas uma imagem da realidade que temos hoje. E da "imagem" do animal de Apocalipse 13. 2ª Coríntios 3.18 diz que os cristãos são transformados em a "imagem" do Senhor. Todos esses versículos usam "imagem" no sentido comum da palavra, ou seja, uma representação separada do original.

1ª Coríntios 11.7 diz: "Um homem não deve cobrir a cabeça, já que ele é a imagem e glória de Deus. "Assim como Cristo é chamado à imagem de Deus, por isso os homens são chamados à imagem de Deus. Nós não somos uma imagem tão exata como Cristo é, pelo fato de estarmos desfigurado pelo pecado, mas, no entanto, a Bíblia nos chama a "imagem" de Deus. Assim, o texto sobre ser a imagem de Deus é a mesma para nós como é para Cristo. 

Nós sustentamos que as palavras devem ser lidas e entendidas em seu sentido comum ou ordinário. Neste caso, o sentido comum de "imagem" é "semelhança" e é usada dessa forma no Novo Testamento. Certamente, se a palavra "imagem" assumiu um novo significado para aqueles momentos em que se refere a Cristo, a Bíblia nos informaria isso, e ela não faz. Uma vez que ela não faz, nós afirmamos que o uso de "imagem" é o mesmo se ela se refere a uma imagem de uma moeda, uma imagem de um deus, ou para Cristo e os cristãos como a imagem de Deus.


 Deus delegou a Cristo Sua autoridade para criar. Efésios 2.15. Se refere a criação de "um novo homem" (a sua Igreja) de judeus e gentios. Em derramando o dom do espírito santo a cada crente Atos 2.33 e 38, o Senhor Jesus criou algo de novo em cada um deles, isto é, o "novo homem", sua nova natureza. 2ª  Co. 5.17; Gl. 6.15; Ef. 4.24. A Igreja do Corpo de Cristo era uma entidade nova marca criada por Cristo, composta de judeus e gentios. Ele teve que criar também a estrutura e as posições que permitia o seu funcionamento, tanto no mundo espiritual (posições para os anjos que iria ministrar à Igreja-ver Apocalipse 1.1, "seu anjo") e no mundo físico (posições e ministérios aqui na terra. Rm. 12.4-8; Ef. 4.7-11. 

A Bíblia descreve essas realidades físicas e espirituais com a frase, "as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis" Cl. 1.16. Muitas pessoas pensam que pelo fato de Colossenses 1.16 dizer: "Porque por ele todas as coisas foram criadas" que Cristo deve ser Deus, mas todo o versículo deve ser lido com cuidado e com uma compreensão do uso de palavras e figuras de linguagem. O estudante da Bíblia (na verdade, da linguagem e da vida) deve estar ciente de que, quando a palavra "todos" (ou "todo" ou "tudo") é usado, muitas vezes é usado em um sentido limitado. As pessoas usam desta forma no discurso normal em países e línguas em todo o mundo.

Por exemplo, quando Absalão estava formando um conselho contra seu pai, Davi, 2ª Sm. 17.14 diz que "todos os homens de Israel" concordaram com o conselho. Sabemos no entanto que nem "Todos" os homens de Israel estavam lá, mas o verso diz "todos" os que estavam lá, no conselho. Outro exemplo é Jeremias 26.8, que diz que "todas as pessoas" repreendidas por Jeremias deveriam colocá-lo à morte. Mas o contexto deixa bem claro que "todas as pessoas" não era todo o Israel, pois naquele acontecimento nem sequer estava toda a nação presente.

1ª João 2.20 diz dos cristãos, "vós sabeis todas as coisas." Certamente não há cristão que realmente acredita que ele saiba de tudo. A frase é utilizando em um sentido limitado de "todos", que é determinado pelo contexto. Sempre que se lê a palavra "todos", uma determinação deve ser feita para saber se ela está sendo usada no sentido amplo de "todo o universo", ou no sentido estrito de "tudo em um determinado contexto. "Acreditamos que o sentido restrito é usado para em Colossenses 1.16.

 Colossenses 1.16 diz: "Porque nele foram criadas todas as coisas: as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. “As coisas que são” criadas “não são pedras, árvores, pássaros e animais, porque essas coisas foram criadas por Deus, no princípio do mundo”. “Essas coisas”, tronos, potestades, principados”, são os poderes e as posições que foram necessárias para Cristo dar início a sua Igreja, e foi criado por ele para esse fim. A figura de linguagem conhecida como "cerco" nos ajuda a identificar o contexto adequado de "todas as coisas", que é o sentido mais restrito da palavra "todos", e refere-se às coisas necessárias para administrar a Igreja.

A frase no verso 17 "Ele é antes de todas as coisas" tem sido usada para tentar provar que Jesus existiu antes de tudo. No entanto, a palavra "antes" pode se referir tanto a tempo, lugar ou posição (ou seja, a superioridade). Isso nos leva a concluir que o ponto de toda a seção é mostrar que Cristo é "antes", ou seja, "superior a" todas as coisas, como diz o versículo. Se alguém insistir que o tempo está envolvido, gostaríamos de salientar que, no versículo seguinte diz que Cristo é o "primogênito" dos mortos, não podemos tomar tal declaração como sendo literal, visto que Cristo não foi o primeiro a morrer. Na verdade Cristo é "antes" da sua Igreja no tempo, mas principalmente na posição.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Em que sentido a vontade é livre?


Os arminianos (os que creem no livre arbítrio) querem que a vontade seja livre de interferência externa. Freqüentemente dizem que, em particular, Deus nunca atropela nosso livre arbítrio. Essa liberdade das causas externas é suposta para salvaguardar nossa integridade e assegurar nossa responsabilidade. Mas o que se entende por isso a vontade ser livre de causação?

Muitas vezes esse problema é contornado dizendo-se que a vontade é “autocausada”. Isso não significa que a vontade cria a si própria, mas que seus movimentos de escolher o curso de uma ação sobre outro são automotivados e espontâneos. A vontade é automovida em resposta ao que a mente conhece e pode causar tanto o agir em resposta às influências ou igualmente o resistir a elas.

A vontade é livre para seguir ou resistir a qualquer que seja a opção que a mente lhe apresente. O problema mais sério aqui é que essa espécie de espontaneidade é indistinguível do acaso. Precisamos apenas perguntar: “O que faz com que a vontade escolha um caminho e não outro?” Se ela não é causada, ela é puramente acaso. Se ela é causada para agir, então ela não é livre de causação.

Não faz diferença para este argumento se a causa é interna para a personalidade ou se a afeta de fora; contudo, visto que os arminianos estão oferecendo o livre-arbítrio como uma categoria de explicação de como os seres humanos funcionam, eles são obrigados a decidir sobre o que eles querem dizer por “livre”. Se eles admitem que as ações da vontade são causadas, eles escorregam para algum tipo de determinismo, mas se eles não admitem que a vontade seja causada, eles ficam num dilema pior, que esboçaremos agora em três partes.

Em primeiro lugar, os eventos do acaso não podem ser a essência do caráter. Quando dizemos que as pessoas possuem um “bom caráter”, queremos dizer que elas são pessoas moralmente assertivas – que elas podem ser confiáveis para fazer o que é certo, mesmo que estejam debaixo de forte influência para fazer o que é errado. Uma pessoa que age ao acaso, cujas decisões morais não podem ser distintas dos eventos meramente fortuitos, não somente possuem um “mau caráter”, não sendo confiáveis, mas de fato podem não possuir um caráter discernível.

Uma personalidade totalmente ao acaso seria indistinguível de uma personalidade desintegrada ou insana. Em outras palavras, se a vontade é meramente espontânea em suas ações, caráter algum poderia ser formado. Em segundo, a menos que as ações da vontade estejam diretamente presas ao caráter, como podemos ser considerados responsáveis por nossas ações?

Como pode uma pessoa ser considerada responsável por eventos do acaso? Se os atos da vontade não são causados de modo que eles sejam realmente manifestações do caráter, como eles podem ser minhas ações mais do que o resultado do tirar a sorte com uma moeda? O fato é que não podemos ser considerados responsáveis por um evento do acaso, simplesmente porque não exercemos nenhuma influência causal. Eu posso ser considerado responsável por tirar a sorte com uma moeda, visto que eu provoquei o jogar da moeda, mas eu não posso ser responsável por fazer ela cair de um lado ou de outro.

Em outras palavras, a verdadeira ideia de responsabilidade depende da causação. Portanto, a teoria do livre-arbítrio destrói a responsabilidade mais do que a apóia. O caso imaginário que vem a seguir é pertinente. Lord Bertrand Russel viveu como ateu sua vida toda desde os 14 anos de idade, até sua morte, em 1970, aos 98. Com freqüência debateu e escreveu contra o cristianismo. Suponha que ele chegue ao juízo final com o seguinte argumento:

“Agora, eu percebo que estava errado a respeito de não haver nenhum Deus, mas eu não vejo como tu podes mandar-me para o inferno. Afinal de contas, tu me criaste com um livre-arbítrio e nunca fizeste qualquer esforço para que eu evitasse agir de acordo com os seus ditames. Este livre-arbítrio tem sido sempre autônomo de qualquer causação anterior e de teu controle em particular.

Embora eu tenha pensado freqüentemente que talvez fosse melhor se o meu livre-arbítrio tivesse agido de acordo com o meu intelecto, algumas vezes o fez, mas outras não. De fato, ele não parece agir segundo qualquer padrão. Porque ele é uma causa não-causada de minhas ações, ele parece fazer todas as coisas ao acaso, sendo, portanto, imprevisível. Eu não tive nenhum real controle sobre ele, visto que tu o criaste autônomo.

Simplesmente eu não sou responsável pelos eventos fortuitos que eu não posso controlar ou prever. Como podes tu enviar-me para o inferno por ações surgidas de um livre-arbítrio que, pelo fato de ele ser livre, não está também sob meu controle?” Deixaremos que os arminianos encontrem a solução para esse problema.

Terceiro, a pergunta a ser enfatizada é: Como pode uma vontade puramente espontânea (“automovida”) começar uma ação? Se a vontade é “neutra” e não predeterminada para agir de um modo ou de outro, o que faz com que ela aja? Se ela parte do neutro, como ela pode sair desse centro morto? Se for dito que a vontade é “induzida” ou “levada” ou “influenciada” para agir, devemos insistir que essas são meramente palavras para diferentes tipos de causação.

Somos novamente forçados a enfrentar o problema do que realmente se quer dizer por vontade ser livre de causação. Ou ela age puramente por acaso, ou parece que não o faz de forma alguma. Isso, naturalmente, oblitera completamente a possibilidade de crescimento em santidade, que foi uma preocupação especial dos arminianos posteriores. Há outros problemas associados com o que “influências” realmente significa.

São a persuasão moral e o argumento baseado na razão causas da ação ou da direção da vontade? Alguns evangelistas arminianos seguem Finney na crença de que a vontade pode e deve ser movida à fé em Cristo pelo uso do raciocínio e dos exemplos morais. Portanto, eles fazem uso total das evidências e usam outros argumentos apologéticos para convencer o pecador a crer, arranjando histórias morais e freqüentemente emocionais para induzir a vontade à fé.

O livre-arbítrio é, aparentemente, ainda capaz de fazer uma escolha livre entre a crença e a incredulidade. Mas se a vontade age porque é convencida pela razão e induzida pela emoção ou pelo exemplo moral, como isso realmente difere de ser causada por um ato ou manipulação exterior? Se é objetado que ela ainda age livremente quando as evidências lhe são apresentadas (i.e., as persuasões não foram causais), por que as evidências e as razões são ainda necessárias?

Seria melhor deixar a vontade autônoma decidir por si mesma, sem ser influenciada por qualquer argumento. De fato, parece que, mesmo o fato de apenas ao ouvirmos um argumento, seria uma ameaça explícita à nossa autonomia, à nossa neutralidade moral. Se eu sou dominado ou empurrado por um argumento, decidindo ir com a correnteza, o empurrão se torna uma causa de minha direção — o argumento causou minha escolha. O fato de que eu cooperei não faz nenhuma diferença para o fato da causação.

A Bíblia toma claro em muitas passagens que a vontade não é moralmente neutra. Em Romanos 14.23, Paulo conclui sua explicação da razão pela qual nós sempre devemos agir de acordo com a nossa consciência declarando que “tudo aquilo que não provém da fé é pecado”. Para Paulo, todos os movimentos morais brotam do princípio da fé ou, à revelia, da carne — meros atos da natureza pecaminosa.

Portanto, não pode haver tais ações moralmente neutras, incluindo os atos da vontade. Em Hebreus 11.6, é nos dito, de modo semelhante, que “sem fé é impossível agradar a Deus”, mas isto parece novamente levar à conclusão de que todos os atos humanos são ou não motivados pela fé. Jesus diz no Evangelho de João que qualquer que não crê, “já está condenado”, e que se uma pessoa continua a rejeitar Cristo, “a ira de Deus  permanece [continuamente] sobre ele” (3.18,36, ênfase minha).

Isto não é o mesmo que dizer que a situação do pecador é neutra até que ele decida por Cristo, mas que ela já está estabelecida cada pessoa é justificada ou está presentemente debaixo de condenação. Como pode haver qualquer território de neutralidade moral num universo criado por um Deus justo?  

Livro: Soberania Banida, R. K. Mc Gregor Wright, págs. 51-54.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Objeções a imortalidade da alma.


A filosofia grega contribuiu grandemente para que a imortalidade da alma ganhasse credibilidade a apoio entre os povos, mesmo os judeus que viveram naquela época foram influenciados com estes ensinamentos. Mt. 14.25-26 - Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.

Desde Homero, a alma ganhou contornos de fumaça, sombra, um aspecto menos denso daquilo que é o corpo. Platão disse que nós não aprendemos nada de novo, mas apenas reconhecemos algo que já sabíamos antes de nascer. Para Platão a alma já existia antes de nascer, isso abre possibilidades para que ela sobreviva após a morte física.

Para os filósofos gregos a  psykhé = alma que também pode significar sede das emoções foi transformada em um “fantasma” que resiste a morte. No que concerne a questão religiosa a alma só é vista como parte importante da doutrina cristã devido ao fato de ser alicerçada por textos bíblicos isolados do novo testamento, entre os quais são perfeitamente refutáveis  o novo testamento emprega perfeitamente a palavra alma com o mesmo sentido do antigo testamento. Não existe nada no antigo testamento que fale de uma alma que sobreviva fora do corpo.

Lc. 12.19 (Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.) Se levarmos em consideração que a alma descrita no verso é uma entidade imortal, pelo menos podemos dizer que ela sente fome e sede. Neste sentido não está se tratando de uma entidade extra corpo, mas sim do próprio homem.

Falando sobre a ressurreição de Jesus nos é dito que Deus não deixou a sua alma na morte, ora não é ensinado que a alma é imortal? Se não fosse a intervenção de Deus ela ficaria morta? At. 2.27 (porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.) O que os escritores do novo testamento estão dizendo é que o homem é alma, assim como é dito em gênesis corpo + folego de vida = alma vivente. No caso de Jesus o que podia ver a corrupção era o seu corpo. Já a alma que estava se regalando não era nenhum ser imortal mas, o próprio homem rico da parábola. Em outra palavras a alma como é ensinada no meio cristão é um mito.

Lc. 23.43 - Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Eis um texto que os imortalistas gostam de usar, muitos acreditam que as tradutoras bíblicas retiraram uma virgula do verso 43, tais pessoas dizem que o texto deveria está escrito assim: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso.

Dando a entender que Jesus estava enfatizando aquelas palavras naquele dia, não que o paraíso seria naquele dia. Mas o que se percebeu é que os originais não continham virgulas, porém descobriram que os tradutores inseriram sim uma palavra no verso a palavra “que” os tradutores inseriram uma palavra espúria (“que”) no texto para reforçar a ideia pretendida.

Foi somente no Séc. VIII que foram introduzidos nos manuscritos alguns sinais de pontuação e no Séc. IX introduziram o ponto de interrogação e a vírgula. Portanto, a palavra “que” não foi escrita por Lucas e nem a vírgula foi posta por ele. E isso prova que o ladrão arrependido está no céu? Não! Primeiro que não se faz menção da palavra céu, mas sim paraíso, o paraíso só se dará quando Jesus retornar.


Segundo, a bíblia diz que Jesus não foi para o céu logo após a sua ressurreição, At. 1.3 - A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Outro verso se encontra em Mateus 10.28 - Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.

Os que defendem a imortalidade da alma dizem: A bíblia está definindo em separado corpo e alma. Percebemos porém que Lucas relata o mesmo verso mas não faz uso da palavra alma Lc. 12.4-5 - Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer.

Lucas está falando o mesmo que Mateus, só estão usando uma linguagem diferente. Ambos estão dizendo que os homens podem matar o corpo nesta vida e não destruir o que o realmente compõe o homem, o seu caráter a sua personalidade as suas particularidades as quais Deus preserva para julgar o homem,  por isso a bíblia diz que Deus não é Deus de mortos Mc. 12.27 -  Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos Laborais em grande erro.

Porém Deus pode matar o corpo por inteiro. Outro fato é que se a alma é imortal como sugerem os imortalistas e que mesmo no inferno (geena) elas não serão destruídas  como pode então Deus destruí-las? Fica evidente que se caso fosse verdade de que a alma separada do corpo fosse realmente imortal, como ensinam os imortalistas, como pode ela ser destruída?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Messias prometido.


No mundo moderno presenciamos uma ascensão significativa do materialismo, em conseqüência disso cresce também o ceticismo e o ateísmo, à medida que os homens ficam mais apegados ao mundo físico ocorre naturalmente uma falência generalizada da espiritualidade e trás como resultado um esfriamento da fé e consequentemente uma ruptura com Deus e tudo aquilo que é sagrado.

E com isso presenciamos um mundo falido nos seus valores, avesso ao bem comum e egoísta na sua totalidade. Em sua carta a Timóteo, Paulo chamou esses dias de tempos difíceis. 2ª Tm. 3.1-2 – (Sabe, porém, isto nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes...)

O próprio Jesus Cristo descrevendo como devem proceder aqueles que vivem em meio a uma sociedade humanista declarou que apesar da desordem e desumanidade que se encontra o mundo atual, Deus há de trazer justiça. Mas, sobre a questão materialista desprovida de fé, em tom profético Jesus fez uma pergunta pertinente, encontrada em Lc. 18. 8 - (Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?)

Seriam estas palavras de Jesus uma profecia dos últimos tempos, ou como dizem os ateus, apenas uma coincidência? Para outros, as palavras bíblicas são termos irrelevantes, fruto da mente de pessoas rudes que necessitavam de um libertador que os libertassem de um período escravizador, dando com isso a entender que vivemos atualmente em uma sociedade livre do poder da opressão, ao passo que somos sem exceção, escravizados pelo sistema. Inclusive todos aqueles que de alguma forma tentou implantar o materialismo e o ceticismo fizeram com o objetivo de escravizar e massacrar o próximo.

Porém, os céticos e os ateus dirão: - A igreja não fez o mesmo? Sim! Porém entendemos que não por se dizer igreja que estão trabalhando para Deus, o próprio Cristo nos disse isso em. Jo. 16.1-3 (Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus.) O nome e a roupagem religiosa (cristã) não significa muita coisa.

Os ateus materialistas não aceitam e trabalham com “empenho” a fim de desmoronar a fé cristã, utilizam de todos os “meios” para atingirem este objetivo, inclusive são deveras blasfemadores. O fato é que nem todos irão aceitar a verdade, isso devido ao fato da bíblia dizer que não é uma prerrogativa do homem natural fazer isso acontecer. 1ª Co. 2.14 (Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.) Rm. 9.16 (Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.)

O que os céticos e ateus tem feito para disseminar a sua incredulidade parte unicamente do vazio espiritual que é o vácuo natural existente no homem sem Deus. Sobre a existência de Jesus Cristo os céticos e ateus afirmam que sustentar tal ensinamento é ir contra a história registrada, em outras palavras asseguram que não podemos aceitar o ensinamento da existência de Jesus baseado apenas na narrativa bíblica, segundo eles carecemos de outras fontes menos tendenciosas. E dizem também os céticos que a ideia do Messias salvador foi uma necessidade encontrada pelos judeus que estavam em meio ao cativeiro babilônico.

O que vemos porém, é que antes mesmo do cativeiro babilônico as promessas messiânicas já são uma realidade. Gn. 49.10 ( O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló;  e a ele obedecerão os povos.) A palavra Shiyloh (Siló) significa  aquele de quem é isto, o que pertence a Ele. Para muitos exegetas a palavra Siló pode ter também o significado de o dono do cetro.

Reparem que o profeta está dizendo que, da tribo de Judá seria estabelecido a monarquia em Israel e que de lá se levantaria alguém que submeteria os povos. Começamos a identificar aqui algo que nos ajuda a ver que não era influenciado por nenhuma situação adversa que os homens bíblicos do passado se referiram ao Messias. Neste caso como em outros vemos o profeta dizer que o Messias irá administrar o mundo e não somente Israel, o que estou dizendo é que se houvesse uma influência política ou mesmo sentimental por parte dos judeus, de maneira nenhuma eles inseririam em suas profecias os não judeus, ou os gentios.

Haja vista como eles ficaram revoltados quando Jesus retirou dos judeus a exclusividade religiosa. Vejam em suas bíblias que Is. 11.1-10 confirma que o Messias não seria exclusividade dos judeus, contrariando assim o pensamento farisaico dos dias de Cristo, sem contar também que Isaías teve seu ministério profético no sétimo seculo aC. Isso significa que Israel ainda não havia sido levado para o cativeiro babilônico, significando que as palavras de Isaías não são um produto da mente dos judeus exilados.


Vejam também a confirmação das palavras proféticas proferidas ao rei Davi. 2ª Sm. 7.16 ( Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.) Neste período Israel não estava submetido ao cativeiro. (Analisando a palavra sempre). A palavra hebraica “sempre” é òlam e significa eternamente, muitos porém dizem que nem tudo que é òlam é eterno pelo fato desta mesma palavra ser utilizada em textos tais como Gn. 17.13 onde nos é dito que a circuncisão seria uma aliança eterna.

Visto que a circuncisão não existe em nossos dias, logo ela não pode ser eterna. Mas, por outro lado outros textos que trazem a mesma palavra (ólam) e que por sua vez nos leva a crer que está tratando literalmente de eternidade no sentido estrito da palavra, tal qual o Sl. 90.2 que diz: (Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.) Como então compreender quando a bíblia quer dizer eterno, para um período e eterno para sempre, se a palavra é a mesma?

Simples, somente quando a própria bíblia nos levar a este entendimento. A circuncisão era uma lei eterna. Somente até Deus instituir uma lei superior, mas para aqueles com quem o pacto foi feito foi eterna. Em outras palavras existe algum texto bíblico que nos diz que a circuncisão foi abolida? Sim, existe! E quanto a Deus não ser eterno, existe tal passagem bíblica? Não, não existe. Quanto ao reino surgir de outra tribo dentro de Israel, ou mesmo da tribo de Judá que não seja da descendência de Davi, existe algum texto bíblico que relate algo nesse sentido? Não, não existe.

Então, o reino prometido a Davi, que passou aos seus descendentes, prometido antes do cativeiro babilônico, e antes mesmo do cativeiro egípcio teve seu cumprimento no Messias Jesus. O contexto realmente fortalece aquilo que desejamos, e próximo ao cativeiro babilônico o profeta Jeremias disse que o reinado dos judeus estava com os dias contados, bem, analisando a questão nós poderíamos dizer – o profeta está ansioso para instituir o Messias, creio que sim, mas Ele não o fez, ao contrário, vejam o que Ele diz:

Ez. 21.25-26 (E tu, ó profano e perverso, príncipe de Israel, cujo dia virá no tempo do seu castigo final; assim diz o Senhor Deus: Tira o diadema e remove a coroa; o que é já não será o mesmo; será exaltado o humilde e abatido o soberbo.) Vejam que aqui Ele não exalta o descendente de Davi o qual poderia muito bem ser o Messias, ao contrário Ele o chama de perverso e diz que a sua coroa será removida e o seu castigo será inevitável.

Percebemos em Ezequiel o profeta, uma atitude espiritual e desprovida de patriotismo, Ele segue dizendo no verso 27 (Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei.) Jerusalém seria reduzida as ruínas (foi realmente) e a coroa será dada para quem realmente ela pertence. Sabemos que após o cativeiro babilônico não mais teve lugar para a monarquia em Israel. Para o estudioso bíblico que age sem partidarismo, fica visível o fato de que o Messias não era produto de um Israel em meio a cativeiro, em assuntos posteriores veremos que Jesus o Cristo, a despeito dos ateus, céticos e judeus dizerem o contrário preenche perfeitamente a condição do Messias prometido.     


domingo, 11 de novembro de 2012

Analisando as palavras: Állos e héteros.


Dois termos gregos são utilizados para a palavra “outro” em nossas Bíblias: állos e héteros, o primeiro termo empregado significa (Állos) “outro da mesma espécie”, enquanto o segundo (Heteros) “outro de natureza diferente”. Os teólogos trinitarianos utilizam deste argumento com o objetivo de consolidar a crença de que o espírito santo é outra pessoa distinta, mas com a mesma natureza, (Állos) da mesma espécie.

Tudo com base na diferença entre essas duas palavras. Realmente encontramos em muitos versículos do NT a palavra héteros com o sentido de “outro de natureza diferente”. Gostaria que alguém explicasse os seguintes versículos, onde outro é héteros, mas da mesma espécie, como se fosse állos.

Mateus 8.21 E outro dos discípulos. Lucas 5.7. Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco. Lucas 6.6 Sucedeu que, em outro sábado. Lucas 23.40. Respondendo-lhe, porém, o outro, (um dos dois ladrões crucificados). Atos 20.15. No outro dia. Romanos 13.8 quem ama o próximo. Romanos 13.9. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento. Gálatas 1.19. E não vi outro dos apóstolos, senão Tiago. Hebreus 7.13 a outra tribo. Todos os versículos acima a palavra outro é héteros. Daria para apontar nesses versos a diferença de espécie?

Agora a palavra Állos, tratando “outro de natureza diferente”, ao passo que deveria ser héteros: 2ª Coríntios 11.4 Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, O outro Jesus são os falsos messias. Mas aqui é állos. Ou da mesma natureza.

O que dizer então, dos inúmeros versos correspondentes, em que um evangelista aplica állos e outro aplica héteros à mesma coisa? São muitos, mas ficaremos apenas com um exemplo: a semente do semeador. Állos e héteros estão grifados, porém héteros está entre colchetes para diferenciar:

Mateus 13.5 Outra parte caiu em solo rochoso. Marcos 4.5 Outra caiu em solo rochoso, Lucas 8.6 [Outra] caiu sobre a pedra; Mateus 13.7 Outra caiu entre os espinhos. Marcos 4.7 Outra parte caiu entre os espinhos; Lucas 8.7 [Outra] caiu no meio dos espinhos; Mateus 13.8 Outra, enfim, caiu em boa terra. Marcos 4.8 Outra, enfim, caiu em boa terra. Lucas 8.8 [Outra], afinal, caiu em boa terra;

Os teólogos argumentam que como se trata de autores diferentes um deles pode ter errado. Outros chegam a dizer que os apóstolos não eram homens cultos. O que dizer de um único autor, de cultura indiscutível, em um mesmo livro, mesmo capítulo e assunto, ter escrito o seguinte?

1ª Coríntios 12.8-10. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a [outro], no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. O outro entre [colchetes] é héteros; os demais, állos. Os teólogos trinitários argumentam: “mas todo héteros é állos, mas nem todo állos é héteros”. Então, com base em quê que ele vai definir o állos de João 14.16, o outro consolador, como de mesma natureza? Honestamente, nesse caso não há a mínima base para tal conclusão!!!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mateus 28.19 e 1ª João 5.7 provam a trindade?


Segundo a sociedade bíblica do Brasil o texto de 1ª João 5: 7 e 8. Não faz parte do original grego, sobre isso o Dr. Bruce Metzger, um trinitariano e uma das maiores autoridades atuais sobre os manuscritos gregos do novo testamento que coopera com as sociedades bíblicas unidas, a fraternidade da qual a sociedade bíblica do Brasil faz parte disse:

Todos os manuscritos Gregos mais antigos do novo testamento datados do segundo e terceiro séculos omitem as palavras: no céu, o pai, a palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três que testificam na terra. Segundo o Dr. Metzger, estas palavras só começaram a aparecer em comentários e sermões sobre o texto de 1ª João no final do século IV e muito posteriormente em um manuscrito latino do século treze.

O Dr Metzger disse ainda que as palavras aqui em questão podem ter sido o comentário que um copista fez na margem do pergaminho em que trabalhava, e posteriormente outro copista incorporou o comentário marginal ao texto bíblico. Vejam em: 

http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=68  Sendo assim de forma coerente o texto de 1ª João 5.7 e 8. Não serve para provar a trindade, para os trinitarianos o jeito é apelar para Mateus 28. 19 e 20. Que diz: (Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do pai, do filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.) 

No entanto, esta formula batismal tem trazido controvérsia entre os estudiosos por diversas razões: A sugestão de existência de uma trindade não se coaduna com a crença monoteísta do público alvo do evangelho de Mateus, os judeus.

O contexto do capítulo 28. Especialmente o verso 18. Diz que toda a autoridade foi dada a Cristo. Isto sugere, naturalmente, uma ação posterior em nome de quem tem e delega a autoridade, no caso, em nome de Jesus apenas. Todas as orientações de Cristo e as ações dos discípulos, no caso, milagres, as reuniões, orações, pregações, e advertências, foram feitas em nome de Jesus apenas.

Posteriormente os discípulos batizaram também em nome de Jesus somente, este episódio está relatado no livro de atos. Há evidências de que a fórmula batismal trinitariana não conste no original, mas tenha sido adicionada posteriormente. Passaremos a analisar cada uma destas causas de controvérsias.

O objetivo de Mateus com o seu evangelho era alcançar os judeus, convencendo-os de que Jesus Cristo era o Messias descrito pelos profetas do velho testamento. Assim como Moisés foi o libertador do povo de Israel, Mateus apresenta Jesus Cristo para os judeus como aquele que os libertaria do pecado e estabeleceria o seu reino. Tendo como o público alvo os judeus, causa-nos no mínimo alguma estranheza a menção de uma formula batismal que sugira a existência de uma trindade jamais aceita pelos destinatários do seu evangelho.

A crença dos judeus se baseia totalmente no velho testamento, onde não há qualquer sugestão da existência de um Deus composto por três pessoas. Baseados no velho testamento, os judeus aceitam um único Deus e a proposta de um Deus tríplice soaria absurda. Ademais, o objetivo de Mateus não era convencê-los da existência de uma trindade, mas mostrar Jesus como Messias, o libertador espiritual de Israel. Como em todo o texto controvertido, temos que dedicar tempo e esforço para a compreensão não apenas do verso em questão, mas também do seu contexto.

Neste ponto devemos compreender claramente o que significa fazer algo em nome de alguém. Mt. 28.18. Toda autoridade foi dada para Cristo. Quem lhe deu tal autoridade? A bíblia declara que o pai concedeu ao filho toda autoridade. Jo. 5.26-27. Jo. 17.1-2. Rm. 13.1. Ap. 2.26-27.

Percebemos nestes versos que a autoridade a que Mateus se refere é a autoridade que Cristo recebeu do pai, e não da trindade. E por isso Jesus agia em nome do pai. Jo. 5.43. Seria esperado, portanto, na sucessão natural da grande comissão que Jesus comissionasse os discípulos como seus representantes, seus procuradores.

A ordem natural de Cristo seria que os discípulos agissem em nome daquele que lhes conferiu a autoridade, ou seja, em nome de Jesus somente, pois era Jesus que estava concedendo autoridade aos seus discípulos naquele momento. Assim como a autoridade que Jesus possuía foi derivada do pai e por isso Jesus agia em nome do pai, da mesma forma a autoridade que os discípulos possuíam era derivada de Jesus, e o esperado seria que os discípulos agissem em nome de Jesus apenas.

At. 4.5-10. Porém surpreendentemente, embora a autoridade tenha sido concedida por Cristo, o texto que lemos em quase todas as versões da bíblia hoje é para que os discípulos batizem em nome da trindade. Isto é no mínimo muito estranho! Toda a regra de concessão de autoridade e ação em nome de quem concedeu a autoridade é quebrada.

O natural seria: o pai concede autoridade ao filho, o filho por sua vez atua em nome do pai, e concede autoridade aos seus discípulos, que por sua vez estes atuam em nome de Jesus, pois foi quem lhes concedeu autoridade. O livro de atos relata vários batismos, mas nenhum deles foi realizado em nome da trindade, os exemplos que temos da era apostólica demonstram claramente que os batismos foram realizados em nome de Jesus apenas.

Vejamos alguns exemplos: At. 2.38; 8.16; 10.48; 19.5. Por que os discípulos batizaram em nome de Jesus, e não em nome do pai, do filho e do Espírito Santo? Por que os batismos atualmente são em nome da trindade? E isso baseado em apenas um verso e ignorando todos os demais que ensinam que o batismo deve ser em nome de Jesus?

Em nome de quem Paulo diz que "fomos batizados" Rm. 6.3. Exortando sobre a necessidade de unidade em Cristo, o que Paulo pergunta aos coríntios? 1ª Co. 1.13. Embora este verso não diga tão claramente quanto os anteriores que o batismo é em nome de Jesus, há evidência clara da intenção do apóstolo.

Escrevendo aos gálatas, Paulo reafirma o que foi dito até o momento. Gl. 3.27. Não apenas os batismos foram realizados em nome de Cristo, mas todas as palavras e obras dos cristãos devem ser em nome de Jesus Cristo, não em nome do pai, do filho, e do Espírito Santo. Cl. 3.17.

Paulo recomenda que tudo deve ser feito em nome de Jesus. O que está incluído nesta expressão "tudo"? Todas as coisas estão incluídas aqui inclusive batismos. Além do batismo as orações devem ser feitas a Deus em nome de Jesus apenas. Jo. 14.13-14; 15.16; 16.24-27. Advertências admoestações e repreensões foram feitas em nome de Jesus e nunca em nome da trindade.

1ª Co. 1.10; 5. 4. 2ª Ts. 3.6. Nenhum milagre foi feito em nome da trindade, mas em nome de Jesus. Mt. 7.22. Mc. 9.38-40; 16.15-18. Lc. 10.17. At. 3.6; 4.7-12; 4.30; 16.18.

As obras de caridades também foram realizadas em nome de Jesus. Mt. 18.5. Mc. 9.37 e 41. Lc. 9.48. Até mesmo as reuniões espirituais e pregações devem ser feitas em nome de Jesus e nunca em nome da trindade. Mt. 18.20. Lc. 24.46-47. At. 4.18; 9.27 e 29. Ef. 5.20. Tg. 5.10.

Até o Espírito é enviado em nome de Jesus. Jo. 14.26. Enfim como diz Paulo, tudo deve ser feito em nome de Jesus, pois nossa salvação é também em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Jo. 20.31. At. 4.12. 1ª Co. 6.11. Vejam o que diz a Bíblia de Jerusalém – Edições Paulinas – 1991, pg. 1896, em nota de rodapé sobre Mateus 28.19. “É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar “no nome de Jesus” (cf. At. 1,5 + 2,38 +). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade.”

Analisando o mesmo contexto no livro de Lucas, vemos que após a sua ressurreição Jesus esteve reunido com os seus discípulos e disse: (e em seu nome, pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. Lc. 24.47. Vejam que aqui as palavras se diferem de Mateus 28.20

domingo, 21 de outubro de 2012

Objeções lógicas a trindade.


Todos os que creem na doutrina da Trindade afirmam ser monoteístas, ou seja, que adoram a um só Deus, o Deus da bíblia. Porém, isto se mostra bastante confuso, pois todo trinitariano adora não só ao “Deus-Pai”, mas também ao “Deus-Filho” e ao “Deus Espírito Santo”.

Quantos Deuses estão adorando os que creem nesta doutrina? Se prestarmos atenção veremos que eles, os trinitarianos crêem que Deus é: o pai, o filho e o espírito santo. Não há nenhuma dúvida na pluralidade de pessoas, e se cada uma pessoa é Deus, logo teremos um politeísmo.

Sem dúvida, chamá-los “Deuses” indicaria que são politeístas, e “politeísmo” é uma palavra que não faz parte da teologia cristã tradicional. Não obstante, certamente é uma palavra que está sempre presente na prática religiosa.

Por isso, os teólogos católicos e protestantes tratam de chamá-los de “Pessoas” e não “Deuses”. Quanta diferença pode existir entre ambas as expressões? Na realidade, nenhuma! Quantas Pessoas adoram os trinitarianos? Esta pergunta sim é admissível aos teólogos; e a resposta é: a três pessoas.

Pode alguém que se considera cristão ser monoteísta se está adorando a Três Pessoas? Agora se torna mais compreensível o porquê de se ter cunhado frases como “adoramos a um só Deus em Trindade”. Contudo, este é um subterfúgio que oculta o caráter politeísta do dogma trinitariano.

Além disso, o dogma trinitariano é sustentado por termos técnicos, tais como: (funcionalidade, termo atribuído a Jesus como filho de Deus no âmbito terrestre) deus triúno, trindade, deus filho, deus espírito santo. Termos estes que não são encontrados na bíblia.

Por outro lado a bíblia usa as expressões, filho de Deus, e espírito de Deus, não o inverso disso. A trindade não é uma doutrina bíblica, a própria palavra trindade nos diz isso, na verdade é uma adoração a três pessoas, e consequentemente três deuses, pois “trindade” significa três deidades.

A Trindade é absolutamente contrária à doutrina da Bíblia. Desqualifica Deus como o Soberano do Universo. Se acredito na trindade logo terei que acreditar que Jesus não morreu. Outra palavra usada para os membros da trindade e principalmente para Jesus é co-eterno. (Um homem não pode ser co-eterno e nem pode morrer). 1ª Tm. 1.17 (Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!)

Percebam que Deus é único, não de unidade composta. Eterno, e imortal, atributo pertencente somente a Deus. Para poderem conformar as incoerências encontradas no credo trinitariano, adicionaram no concílio de Calcedônia em 451 dC. O diofisismo  credo das duas naturezas de Jesus.

Se Jesus é co-eterno então Ele não pode ser um advogado entre Deus e os homens. Somente alguém que experimentou a natureza humana ou foi completamente como um de nós pode ser um intercessor.  Hb. 2.14 (Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo.) Hb. 4.15 (Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.)

Reparem que 1º Jesus participou da nossa natureza, não é dito que Ele tinha uma natureza divina. 2º é dito também que Ele, igualmente como acontece conosco foi tentado em todas as coisas. Ao passo que a bíblia diz que Deus não pode ser tentado pelo mal. Tg. 1.13 (Ninguém, ao ser tentado diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.)



O Credo (trinitário) de Atanásio. Eis um trecho do credo: “Adoramos um só Deus em trindade... O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o espírito Santo é Deus; e, contudo eles não são três deuses, mas um só Deus.”

Sendo assim, Cristo, de acordo com o credo de Atanásio, é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com o Pai sendo a primeira e o Espírito Santo a terceira. Cada uma dessas pessoas é Deus. Deste modo, se afirma que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus e que esses três deuses fazem um só deus.

De acordo com a tabela de multiplicação trinitária, três vezes um é um, e de acordo com a regra de subtração segundo os trinitarianos, se diminuirmos dois de três sobram três, a regra de adição também é estranha. Se somarmos dois mais um teremos apenas um, pois cada um é igual a si mesmo e aos outros dois. Complicado não?

Como podemos conciliar o pensamento de Atanásio com os seguintes versos bíblicos? Ex. 20.3 (Não terás outros deuses diante de mim.) O que significa o pronome mim? Seriam três pessoas? Não, não é assim que nos fala o profeta Daniel. Dn. 2.28. (Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas.) Reparem, há um Deus no céu.
                         
A cristandade como um todo asseguram o seguinte: [Com certa freqüência, os cristãos foram e, às vezes, ainda são acusados de serem politeístas - adoradores de mais de um Deus. Essa é uma acusação compreensível, mas falsa. Como cristãos, admitimos que existam três Pessoas na Divindade: "são um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa". A religião cristã não é uma crença em três deuses separados; ao contrário, é uma crença em um Deus que Se manifesta em três pessoas que trabalham em perfeita harmonia uma com a outra.]

O difícil mesmo é entender essa questão, como pode ser um só Deus sendo três pessoas, se a própria doutrina ensina que cada uma das pessoas é deus? O que o próprio Jesus falou sobre esta questão? Mt. 19.17 (Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um...)
     

Mc. 12.32 (Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão Ele.) Jo. 17.3. (E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.)


Os defensores da doutrina da trindade afirmam que tal doutrina é um mistério, pergunto: se é um mistério como puderam formulá-la? O mistério aconteceu pelo simples fato de recusarem seguir somente o que está escrito na bíblia, Por exemplo: o que disse o apóstolo Paulo? Rm. 16.27 (ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!)
     

 1ª Co. 8.4-6 (No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.) Ef. 4.6 (um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.)

Se esses versos bíblicos não estiverem literalmente dizendo que Deus é um no verdadeiro sentido da palavra, troco o meu nome. Em meio a vários versos bíblicos que nos falam de um só Deus, ou que Deus é único; o que fazer mais para mostrar que a doutrina da trindade não tem apoio bíblico?

Dentro da visão trinitariana, os três seres da trindade, formam um único Deus, ou seja, partilham da mesma essência divina. Se seguirmos este pensamento nós incorreremos em pelo menos dois problemas. Problema (1) Se este for o caso, nenhuma das três pessoas é deus no verdadeiro sentido da palavra.

Necessário seria então um quarto “ser ou elemento” esse sim seria o deus dos trinitarianos e então compartilharia os seus atributos para as três pessoas, pois como a própria doutrina ensina os três seres compartilham de uma só natureza e atributos. Se não for assim cabe uma pergunta: compartilham a natureza e essência de quem? Do pai? Ou o pai compartilha a do filho? Ou ambos compartilham a natureza do espírito?

Entra então o problema (2) se a natureza e a essência são comuns aos três, invariavelmente quer aceitam ou não, os três seres da trindade são três deuses, deixa de ser trindade para se tornar triteísmo. Desculpem-me os trinitarianos, na verdade é a mesma coisa, a doutrina da trindade é só uma camuflagem do triteísmo. Logo a trindade não pode em hipótese alguma ser um só deus, reparem na palavra trindade, o mesmo que três divindades.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Romanos 14.6 que dia é esse?


Os supostos guardadores do sábado alegam que a passagem bíblica de romanos 14.6 não comprova que o sábado da antiga aliança não é mais necessário para nós que vivemos na nova aliança. O fato das palavras não mencionarem o dia da semana alegam eles que não existe como provar que o texto se refira ao sábado do 4º mandamento da antiga aliança. 

Rm 14.6 diz: (Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.) Percebam que o verso não define que dia o apostolo está mencionando, para algumas corrente do sabatismo Paulo está dizendo sobre o jejum, em outras palavras segundo eles, nós os cristãos não temos que nos preocupar com dias estabelecidos para jejuar. 

Mas convenhamos, se não podemos provar que o dia mencionado seja o sábado, eles também não podem afirmar que o apostolo esteja falando sobre o jejum. Alegam isso baseado no contexto do capítulo e no restante do verso seis que diz: quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. 

Se somos considerados como nos baseando em uma exegese pobre com o intuito de reforçar o que cremos o mesmo devemos dizer para os opositores. Se analisarmos o contexto do capítulo o fato do verso dois dizer sobre alimento nada diz sobre jejum, se prestarmos bastante atenção veremos que o capítulo está tratando da tolerância entre os irmãos o que Paulo está dizendo é que nós, os que estamos em Cristo, devemos ter uma boa consciência e praticar o certo, e não impor algo desnecessário que não serve para a edificação. 

 Se romanos 14 não serve para dizer que o sábado como ordenança foi abolido o que dizer de Colossenses 2.16?  que diz: (Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados.) Se a questão é encontrar no verso a palavra que define o dia, ai está! 

Mas, para saírem pela tangente os supostos guardadores do sábado alegam que o texto está se referindo aos por eles chamados "dias de festa" ou "sábados cerimoniais ou anuais”. Porém, se eles aceitassem que a palavra sábados do texto de Colossenses se aplica corretamente ao sábado semanal, não haveria prova bíblica para sustentar a guarda do sábado no Novo Testamento. 

Explicam que a palavra sábados de Cl 2.16 se aplica aos por eles intitulados sábados cerimoniais ou anuais de Levítico 23. Dizem eles: existem dois sábados na escritura. O sábado semanal, que é de caráter moral, e o sábado cerimonial ou anual.  Este sim foi abolido na cruz, mas o sábado semanal continua obrigatório. Será isso mesmo, que Paulo está dizendo? Vamos ler o verso novamente. 

Cl. 2.16. Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados. As palavras de Colossenses 2.16 "dias de festa' se relaciona com os feriados anuais ou sábados cerimoniais denominados dias de festa" de Lv. 23.37 que diz: (São estas as festas fixas do Senhor, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio.) 

Naturalmente os sábados cerimoniais ou anuais, já estão incluídos nessa frase, pois eram dias de festas. As festas em Israel eram as seguintes: festa da páscoa, festa dos pães ázimos, festa de pentecostes, festas das trombetas, festa da expiação e festa dos tabernáculos, ou das cabanas.  As palavras dias de festa, luas novas e sábados' é a fórmula consagrada para indicar os dias sagrados anuais, mensais e semanais ou inversamente, semanais, mensais e anuais. 

Eis alguns versos: Nm. 28.9-10 (No dia de sábado, oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito, e duas décimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, e a sua libação; é holocausto de cada sábado, além do holocausto contínuo e a sua libação.) No sábado semanal era oferecido holocaustos ver o verso 14 As suas libações serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, por todos os meses do ano. Reparem que o holocausto da lua nova era para ser feito todos os meses do ano. 

1ª Cr. 23.31 (E para cada oferecimento dos holocaustos do Senhor, nos sábados, nas Festas da Lua Nova e nas festas fixas, perante o Senhor, segundo o número determinado. Reparem sábados semanais, luas novas mensais, e festas fixas anuais. 

Ez. 45.17 (Estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações, nas Festas da Lua Nova e nos sábados, em todas as festas fixas da casa de Israel; ele mesmo proverá a oferta pelo pecado, e a oferta de manjares, e o holocausto, e os sacrifícios pacíficos, para fazer expiação pela casa de Israel.) 

Percebemos aqui o seguinte: dias se referindo ao sábado, meses, luas novas, e ano, festas fixas, páscoa, tabernáculo e etc. Como se isso não bastasse os supostos guardadores do sábado dizem que apesar das palavras sábado e sábados aparecerem sessenta vezes no novo testamento somente o sábado de Colossenses 2.16 não se refere ao sétimo dia da semana. Pode uma coisa dessas? 

Alegam ainda que no texto de Colossenses 2.16 a palavra "sábados" aparece no plural e que essa palavra no Velho Testamento não é aplicada ao sétimo dia, mas a todos os outros dias de repouso sagrado que eram observados pelos hebreus, e particularmente ao começo e encerramento de suas grandes festividades. E dizem mais: “Se houvesse usado a palavra no singular, ‘o sábado’, teria ficado claro. Naturalmente, que ele pretendia ensinar que esse mandamento havia deixado de ser obrigatório, e que o sábado não mais devia ser observado.” Se a questão é essa então observem. 

Mt. 12.5 Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?) Que sábados Jesus estava se referindo? Ao sétimo dia é claro! Lc. 6.2 (E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito aos sábado?) 

O fato é que Paulo não estava dizendo sobre os sábados ditos cerimoniais, pois eles já estavam inseridos nas festas, Ele disse: Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados. Dias de festas, anuais, lua nova, mensal, e sábados, semanal.  

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Imortalidade da alma, mito do paganismo.


Um conceito teológico completamente estranho as escrituras é a doutrina da permanência eterna da alma. Tal doutrina sustenta que ao morrer o ser humano vai através da alma diretamente para o céu a se encontrar com Deus. O termo alma é encontrado 522 vezes na Almeida revista e corrigida, e 381 vezes na Almeida revista e atualizada. 

A palavra alma no antigo testamento é nephesh e significa: alma, ser, vida, criatura, pessoa, mente, ser vivo, desejo, emoção, paixão, aquele que respira a substância ou ser que respira, o ser interior do homem, ser vivo (com vida no sangue) o próprio homem, ser, indivíduo, lugar das emoções e paixões, atividade da mente. 

Já no novo testamento a palavra é psykhé e tem o mesmo significado. Em nenhum lugar os léxicos grego/hebraico destacam que alma é um ser vivente independente do corpo. Mas, os imortalistas dizem que existem textos bíblicos que apoiam tal ensinamento. Iremos analizar alguns textos que falam sobre a alma. Lv. 17.12 (Portanto, tenho dito aos filhos de Israel: nenhuma alma de entre vós comerá sangue, nem o estrangeiro que peregrina entre vós o comerá.) 

Se admitirmos que a alma é um ser que vive a parte do corpo logo teremos que acreditar que tal alma se alimenta e sente fome. Lv. 23.27 (Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao Senhor. Sabemos que o espiritual tem superioridade sobre o físico, em outras palavras o corpo do homem está subordinado as forças espirituais, Deus, Jesus, os Anjos, se a alma que diz o verso 27 de levítico fosse do mundo espiritual, como poderia o corpo subjuga-lo? Vejam que o verso diz: Afligireis a vossa alma.  

Nm. 9.13 (Porém, se um homem achar-se limpo, e não estiver de caminho, e deixar de celebrar a Páscoa, essa alma será eliminada do seu povo, porquanto não apresentou a oferta do Senhor, a seu tempo; tal homem levará sobre si o seu pecado.) Se acreditarmos que a alma que o verso está dizendo é um ser independente do corpo, logo teremos que acreditar que somente a alma seria eliminada, nada diz sobre o corpo. Ez. 18.4 (Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.) O que Deus está dizendo através do profeta é que o homem que pecar esse morrerá, a alma nada mais é do que a junção corpo + fôlego de vida= alma vivente. 

Isso é comprovado por Gn. 2.7 (Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.) Reparem que o verso diz que o homem passou a ser e não a ter uma alma. Dt. 10.22 (Com setenta almas, teus pais desceram ao Egito; e, agora, o Senhor, teu Deus, te pôs como as estrelas dos céus em multidão.) Sabemos que Jacó ou Israel desceu para o Egito juntamente com setenta pessoas o qual a bíblia diz que são almas. 

Jó 47.10 (O homem, porém, morre e fica prostrado; expira o homem e onde está?) Ec. 9.10 (Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.) Assim como outros temas importantes tais como trindade, morada no céu, diabo e etc. a questão da imortalidade da alma não é tratada no antigo testamento, em outras palavras esse era um conceito completamente desconhecido. 

A questão do diabo só começou a vir a tona após o cativeiro babilônico e ganhou forças no período inter-testamentário. O mesmo ocorreu com a crença na imortalidade da alma. Segundo o profº de filosofia João Francisco P Cabral  [Desde Homero, a alma ganhou contornos de fumaça, sombra, uma aspecto menos denso daquilo que é o corpo. No entanto, a partir de concepções místicas e religiosas, tais como o orfismo e o pitagorismo, a noção de alma foi ganhando contornos mais conceituais, ainda que de forma dialética, sem pretender formar uma posição absoluta sobre ela ou demonstrar o que ela seja. Platão foi o responsável por essa mudança.] 

No que concerne a questão religiosa a alma só é vista como parte importante da doutrina cristã devido ao fato de estar alicerçada por textos bíblicos isolados, entre os quais são perfeitamente refutáveis,  no momento o objetivo não é refutar tais textos mas, mostrar que o novo testamento emprega perfeitamente a palavra alma com o mesmo sentido do antigo testamento.  

Lc. 12.19 (Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.) Se levarmos em consideração que a alma descrita no verso é uma entidade imortal, pelo menos podemos dizer que ela sente fome e sede. 

At. 2.27 (porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.)   Falando sobre a ressurreição de Jesus nos é dito que Deus não deixou a sua alma na morte, ora não é ensinado que a alma é imortal?  Como então ela poderia ficar na morte? 

O que os escritores do novo testamento estão dizendo é que o homem é alma, assim como é dito em gênesis, corpo + folego de vida = alma vivente. No caso de Jesus o que podia ver a corrupção era o seu corpo. A alma que estava se regalando não era nenhum ser imortal mas, o próprio homem rico da parábola. Em outra palavras a alma como é ensinada no meio cristão é um mito. Assim como a psiquê da mitologia grega. Seu mito é narrado no livro O Asno de Ouro de Apuleio.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Deus Elege Pessoas Baseado na Presciência da Fé?


Eis um assunto que gera bastante polemica, mas que preserva a realidade bíblica sobre a soberania de Deus. Vale ressaltar que as palavras, presciência da fé, quer dizer que Deus escolhe alguém olhando para a futura fé que tal individuo exercerá. 

As Escrituras ensinam que tudo relacionado ao evangelho tem o propósito de glorificar A Deus e a Cristo, e destruir o orgulho do homem, ao pensar que pode salvar a si próprio. Por consequência, alguma coisa que diminui a glória de Cristo é inconsistente com o verdadeiro evangelho. Então, meu propósito nesta questão não é ser contencioso, mas glorificar ao Pai e ao Filho. 

Este pequeno artigo se propõe a desafiar a posição antibíblica que alguns evangelistas modernos insistem em pregar: a presciência da fé. Eu gostaria especificamente de confrontar essa posição, sustentada por alguns, que crêem que Deus observa de fora os corredores do tempo tentando ver quem crerá e então os escolhe baseado na sua resposta positiva a Ele. Eu entendo que um dos grandes motivos para alguns cristãos acreditarem neste conceito é que eles desejam preservar o amor irrestrito de Deus a todos e não podem imaginar um Deus que arbitrariamente escolhe alguns e condena o resto. 

Se a eleição incondicional fosse verdade, argumentam, então porque Deus não salvou todo mundo? Escolher alguns e deixar outros não tornaria Deus arbitrário em Sua escolha? Essas são objeções compreensíveis que eu espero responder no que se segue: Se entendo corretamente a idéia da presciência da fé, os próximos três pontos expressam corretamente o conceito central que esta posição sustenta: 

A salvação dos homens é definitivamente o resultado de suas escolhas ao contrário de uma escolha divina, unicamente. A eleição é baseada pela presciência divina da fé de certas pessoas e não somente por estar de acordo com Seu desejo e misericordiosa vontade. A eleição é condicional, baseada na aceitação de Jesus Cristo e não na determinação de Deus, mesmo quando a graça de Deus está certamente envolvida neste processo. 

Antes de entrarmos numa discussão dos méritos da racionalidade (lógica), devemos considerar primeiramente que o Cristianismo não é algo que nós deduzimos de uma mera filosofia especulativa. Deus decidiu nos dar faculdades racionais e as ferramentas da lógica; mas, como cristãos, isto deve sempre ser usado dentro dos parâmetros bíblicos que Ele graciosamente nos concedeu. Pensar cristologicamente é reconhecer que podemos saber de Deus somente da forma que Ele revelou-se a nós nas Escrituras; e as Escrituras não dão evidência da doutrina da presciência da fé. 

Portanto, sustentar uma teologia apenas numa inútil lógica humana não é nada mais que tirar os mais profundos fundamentos da nossa fé de fontes extra bíblicas. De fato, as Escrituras dizem... Aqueles que [Deus] de antemão conheceu, também os predestinou, mas seria uma exegese pobre concluir que isto deve significar uma fé prevista. É ir bem mais além do que o texto realmente quer dizer. Todos devemos admitir que isto é ler um conceito adicional que simplesmente não está lá, pelo motivo de o texto em questão não dizer que Deus prevê algum evento (nossa fé) ou as atitudes que as pessoas tomam. 

Pelo contrário, ele diz aqueles que de antemão conheceu... Em outras palavras, Paulo informa que Deus prevê pessoas. As Escrituras, toda vez que citam Deus conhecendo pessoas, referem-se àqueles em quem o Senhor imputou seu amor. Isto expressa à intimidação do conhecimento pessoal. Por exemplo, o Senhor diz a Jeremias: Antes que eu te formasse no ventre te conheci . Deus determinou de antemão separar certas pessoas por amor, mas não pelas decisões delas (Amós 3:2; Mt. 7:23; João 10:14; 2 Tm 1:19). 

Na verdade, a Bíblia ensina que a graça de Deus em nos escolher é livre, baseada unicamente em Sua vontade, e não influenciada por capacidades natas, desejo espiritual (Rm 9:16, João 1:13), mérito religioso ou a presciência da fé das pessoas que ele escolheu para Si (Ef 1:5; 2:5,8). Pelo contrário, Deus atua de acordo com Seu supremo propósito, que é Sua própria glória. 

A todo aquele que é chamado pelo meu nome, e que criei para minha glória, e que formei e fiz. (Isaías 43:7) Inconsistências Lógicas. A partir da falta de evidência bíblica para os defensores da presciência da fé, eu também gostaria de evidenciar a falha fatal e a lógica inconsistente da própria pressuposição antibíblica. Enquanto alguns retratam a fé prevista como uma dádiva de grande liberdade à livre escolha de todos os homens, após uma reflexão mais profunda, esta idéia mostra que nenhuma liberdade é dada ao homem no final. 

Ora, se Deus pode olhar o futuro e ver que uma pessoa A virá a Cristo e que a pessoa B não irá crer em Cristo, então esses fatos já estão consumados, eles já foram determinados. A presciência divina da fé e arrependimento dos crentes implica a certeza, ou necessidade moral desses atos, tanto quanto um decreto soberano.  Porque aquilo que é certamente previsto deve ser certo (R.L. Dabney). 

Se nós assumirmos que o conhecimento divino do futuro é correto (ponto pacífico entre todos os evangélicos), então é absolutamente certo que a pessoa A crerá e a pessoa B não crerá. Não existe qualquer forma de suas vidas tornarem-se diferente disso. Conseqüentemente, é mais que correto dizer que seus destinos já estão determinados, porque não poderiam ser diferentes. A questão é: pelo que seus destinos são determinados? 

Se o próprio Deus os determina, então nós não temos eleição baseada na presciência da fé, e sim na vontade soberana do Senhor. Porém, se Deus não determina seus destinos, então quem ou o que os determina? É claro que nenhum cristão diria que existe um ser mais poderoso que Deus controlando o destino dos homens. Portanto, a única alternativa possível é dizer que seus destinos são determinados por alguma força impessoal, algum tipo de sorte, operante no Universo, fazendo todas as coisas agirem como elas agem. 

Mas, qual o benefício disso? Trocamos, então, a eleição em amor, de um Deus pessoal e compassivo, por um tipo de determinismo guiado por uma força impessoal; e Deus deixa de receber a autoridade final para nossa salvação. (Wane Grudem, Systematic Theology). Além disso, ninguém poderia argumentar consistentemente que Deus previu aqueles que creriam e seriam salvos e também pregar que Deus está tentando salvar todo o mundo. 

Se Deus sabe quem será salvo, então seria um absurdo Ele acreditar que mais pessoas podem ser salvas que aquelas que Ele previamente sabia que o escolheriam. Seria inconsistente afirmar que Deus está tentando fazer alguma coisa que Ele já sabia que nunca aconteceria. Da mesma forma, ninguém pode consistentemente dizer que Deus previu aqueles que seriam salvos e em seguida ensinar que Ele faz tudo que pode para salvar todos os homens do mundo. 

Por este sistema, Deus estaria perdendo tempo e esforço na tentativa de converter um homem que Ele sabia desde o princípio que não O escolheria. O sistema antibíblico desaba por si mesmo. Alguns poderão responder que não é nem eleição nem fé previstas, mas alguma coisa no meio. Esta opção é excluída, por definição, a não ser que você acredite que Deus não conhece o futuro. Em outras palavras, a única forma da posição de meio-termo ser verdade é o caso de limitarmos a onisciência de Deus (uma impossibilidade). Ou Deus sabe e decreta o futuro ou não. 

Se Deus sabe o futuro e sua posição da fé prevista é verdadeira, então Deus nos deixou nas mãos de um acaso impessoal. Nossas escolhas seriam pré-arranjadas por um determinismo impessoal. Sua posição coluna do meio poderia teoricamente ser correta se você afirmar a ignorância de Deus em relação ao futuro, mas então Deus não saberia quem iria escolhê-lo e a teoria inteira se desmancharia pelo fato da presciência da fé gerá-la. 

Concluindo, a não ser que você deseje acreditar que uma força impessoal determina nossa salvação, e que Deus não conhece o futuro (a heresia do Teísmo Aberto), a posição da fé prevista é, ao mesmo tempo, biblicamente e logicamente impossível. Com o propósito de honrar a Deus, nós devemos, neste assunto, originar nossa autoridade das Escrituras e ser cuidadosos para não nos apoiarmos meramente naquilo que nos foi ensinado em nossa igreja. 

Antecipando o contra-argumento que isto faria Deus arbitrário... Primeiramente, eu gostaria de desafiá-lo a confrontar a seguinte passagem. Paulo encontrou a mesma argumentação contra a eleição que isto faria Deus injusto e arbitrário. Romanos 9:18-23 18. (Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer. Mas algum de vocês me dirá: Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade? Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? 

Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: Por que me fizeste assim? O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para a destruição? Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para glória. 

Para começar, Paulo não faria esta questão hipotética a não ser que ele acreditasse que a determinação final da salvação estava apenas nas mãos de Deus. Paulo está dizendo que Deus tem o direito supremo de fazer conosco o que Ele quiser. Você irá condená-lo por este direito? Além disso, como nós conhecemos a personalidade de Deus, nós não devemos pensar que, a Seu modo, Deus não tinha razões ou causas para salvar a alguns e outros não o propósito divino sempre conspira com a sabedoria de Deus e nada ocorre sem motivos ou despropositadamente, apesar destas razões e causas não terem sido reveladas a nós. 

Nos Seus conselhos e obras nos quais nenhum propósito é perceptível, este propósito ainda está oculto com Deus. Logo, o que Ele decretou nunca está fora de uma justa e sábia concordância com Seu beneplácito, fundamentado em Seu gracioso amor que nos envolve. Apenas não saber o porquê de Ele escolher alguns para a fé e outros para a descrença não é razão suficiente para rejeitar isto. Na falta de dados relevantes, nós, portanto, não temos razão, ou o que for, para assumir o pior, portanto não há base legítima para duvidar da benignidade de Deus aqui. 

Conseqüentemente, duvidar que Deus possa escolher-nos baseado somente no seu bel consentimento não é duvidar da bondade de Deus. Os defensores da presciência da fé estão, na verdade, dizendo que são incapazes de crer na escolha de Deus e preferem dá-la a seres decaídos, como se eles pudessem tomar uma decisão melhor que Deus. Vamos resumir então a resposta à acusação de Deus ser arbitrário: As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei. (Deuteronômio 29:29) 

A eleição é baseada nas qualidades morais de Deus (por exemplo: bondade, compaixão, empatia, integridade, não-fingimento, imparcialidade, justiça, etc.) Deus tem causas e razões para Suas escolhas, mesmo que estas sejam íntima dEle (ou seja, desconhecidas nas criaturas). Nós sabemos que o Senhor é bom e, portanto podemos confiar que Ele faria uma escolha melhor que as nossas. Deus não faz nada sem razão. Ele não faz nada despropositadamente. Ele simplesmente não nos revelou estas razões e causas, apesar de elas certamente existirem. 

Como elas não foram reveladas, estamos proibidos de tentar adivinhá-las. Porém, como conhecemos a fidelidade de Deus, podemos nos regozijar em Sua sabedoria. Deus não falta com razões justas para Seus atos. Estas razões justas estão simplesmente ocultas para nós. Salvação não é condicionada por algo que Deus vê em nós e que nos torna dignos de Sua escolha. 

NENHUM dos Seus decretos é feitos sem justiça e sabedoria. Devemos sempre ter em mente que Deus não é obrigado a salvar ninguém e que todos nós somos justamente merecedores de Sua ira. Assim, se Deus salva alguém, é puramente um ato de Sua misericórdia. Todos os evangélicos concordam que seria justiça de Deus pôr toda a humanidade em julgamento. Por que, então, seria injustiça de Sua parte julgar alguns e ter misericórdia do resto? 

Se seis pessoas me devessem certo valor, por exemplo, e eu perdoasse quatro deles, mas ainda quisesse o pagamento dos outros dois, eu estaria totalmente dentro de meu direito. Quanto mais Deus está? (Leia A Parábola dos Trabalhadores na Vinha. Mateus 20:1-16). Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus. (Romanos 9:16)


Por, John Hendryx