sábado, 1 de dezembro de 2018

Haverá resistência quanto a instalação do reino de Deus?


As eleições ocorridas no último mês aqui no Brasil, demonstrou claramente como as pessoas  em sua totalidade são partidárias. Cada indivíduo defende a sua ideologia, e por conseguinte cada forma de ver e de pensar do indivíduo, torna-se uma verdade única, e isso em detrimento do pensamento do outro. Citei as eleições ocorridas aqui no Brasil simplesmente como sendo a base deste assunto, mas acredito piamente, que isso é uma característica intrínseca do ser humano em todos os lugares e em todas as épocas.
Estas poucas linhas acima, são na verdade a base do assunto que tenho proposto, o reino de Deus, o qual a bíblia amplamente destaca que será estabelecido por Jesus Cristo e diferentemente do ensinamento da teologia popular, ele será implantado aqui na terra. E como base religiosa e espiritual para este ensinamento destaco alguns versos bíblicos, dentre eles, Dn. 7. 27 "E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão".
Aqui explicitamente nos é dito que todas as coisas existentes, as quais conhecemos e a que não conhecemos, isto é, aquilo que existe debaixo de todo o céu pertencerá ao reino de Deus, dito desta forma podemos entender que aquilo que é conhecido como sendo debaixo de todo o céu, naturalmente deve ser entendido como sendo sobre a terra, Mt. 5. 5 "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra." Naturalmente tal herança não será dada no atual sistema que ora estamos presenciando, com isso deve de ser entendido que esta declaração de Jesus seja para tempos futuros.
Ap. 5. 9-10 "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra".
Estes versos falam por si só. Os reis, ou seja, aqueles que farão parte da executiva do governo de Cristo, os quais politicamente  dominarão sobre muitos, e os sacerdotes, aqueles que ensinarão as práticas que serão estabelecidas no reino, ainda não estão em vigor na terra, no entanto, o verso diz que este acontecimento se dará sobre a terra, logo deve ficar entendido que esteja falando após a implantação do reino de Deus.
Bem, a pergunta a se fazer é: o que as eleições ocorridas no Brasil tem haver com este assunto? Na verdade as eleições em si não tem nada haver, mas sim a disposição oriundas das tendências partidárias e ideológicas  das pessoas. Isso só nos demonstra que mesmo o reino de Deus, o qual será inaugurado por Cristo, não será implantado sem resistência, acredito que a parábola encontrada no evangelho de Lucas se cumprirá em sua integra, Lc. 19. 14 "Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós".
O ódio a Deus, a Cristo e a todos os seus seguidores, sempre existiu, não é diferente agora, e muito menos na ocasião do seu retorno. Por isso acredito piamente, não só apoiado pelos relatos encontrados na bíblia, mas pelos acontecimentos que se desenrolaram e se desenrolam através da história, de que o reino de Deus não será implantado de forma pacífica.
Ap. 17. 14 "Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis". De uma forma simbólica como é o livro de apocalipse, este verso nos diz algo interessante, de que as autoridades, os que governam sobre as nações, resistirão ao governo de Cristo, em outras palavras tentarão usar mesmo de violência para impedi-lo de reinar. Naturalmente essa tentativa de impedimento se dará sobre tudo por influência daqueles que odeiam as coisas de Deus. Naturalmente quando me refiro a Deus estou dizendo do criador.
Sl. 110. 2 e 6 "O Senhor enviará o cetro da tua fortaleza desde Sião, dizendo: Domina no meio dos teus inimigos. Julgará entre os gentios; tudo encherá de corpos mortos; ferirá os cabeças de muitos países". Este acontecimento ainda não ocorreu, portanto podemos compreender que se dará no futuro reino de Deus. Deve ficar claro que não escrevo para descrentes, ateus e outras formas de ideologias contrárias ao ensino bíblico.
Contudo, devo dizer apenas que o fato de alguém descrer de algo não torna o torna impraticável, em outras palavras crendo ou não aquelo que irá acontecer acontecerá. Bem a bíblia continua dizendo que o método de transição do reino dos homens para o reino de Deus se dará por meio da força, utilizando ainda do simbolismo encontrado no livro de apocalipse percebemos isso.
Qual o problema com o simbolismo? Só um, o fato dele não nos dizer na integra o que está registrado, mas acredito que por causa da política e mesmo a religiosidade da época, foi o impedimento para que o simbolismo tivesse o seu lugar nos escritos da bíblia, portanto o simbolismo bíblico não significa que ela esteja dizendo palavras desconexas, mais sim tratando da realidade literal de forma diferente ou mesmo incompreensível para alguns.
Ap. 19. 15 "E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso". Alguém poderá dizer, como pode sair uma espada da boca de uma pessoa? Essa espada na verdade será a norma escrita do reino de Deus, ou seja a lei do novo reino, e por ser contrário as ideologias existentes,  nações se sentirão reprimidas por este novo ensinamento e por isso tornar-se-ão resistentes.
Então, o restante do verso nos diz, que ela as nações, serão regidas com vara de ferro, destacando que resistência não será bem sucedida. Alguém dirá: mas então, o reino será imposto por meio da tirania? desrespeitando o direito a democracia... O que eu na verdade posso dizer é que o período de transição, ou seja, entre o reino dos homens para o reino de Deus será turbulento.
Depois também não tem um método de comparação entre a minha vontade e a vontade de Deus, essa ideologia foi inserida através do iluminismo, ideologia esta que tem conseguido transformar a mentalidade do homem em um ser autônomo, segundo se Deus pretende instalar um reino de Justiça eu na verdade quero ser súdito desse reino e não ser uma "força" contrária, visto acreditar que o reino de Deus será melhor do que o reino dos homens.
E por último acredito que até mesmo a democracia tem os seus limites, não acredito que a democracia seja feita para suportar toda sorte de injustiça e libertinagem, portanto, acredito que a despeito do período de transição entre as forças resistentes e o reino de Deus acontecer por meio da força e não somente com paz e amor devo fazer como Jesus fez Lc. 11. 2 "E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.
Para que realmente após a instalação do reino, a vontade de Deus se realize, tanto no céu quanto na terra.


quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O evangelho e os cristãos contemporâneos.

Rm. 6. 19 "Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação". 

A sociedade cristã contemporânea tem estipulado um estilo de vida religioso onde a crença em Deus na sua grande maioria não mais faz valer esta realidade escrita acima. O que estou dizendo é que muitos de nós cristãos não mais acreditamos que a principal mensagem do evangelho é de caráter espiritual. 

Para comprovar o que estou dizendo, basta perceber o que tem movido a religiosidade dos ditos cristãos, antes, porém é necessário evidenciarmos a proposta bíblica para o seguidor de Cristo. Jo. 18. 36 "Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui". 

Naturalmente Jesus não está dizendo que o seu reino não será edificado aqui na terra, existem inúmeros textos os quais fortalecem a ideia de um reino Messiânico terrestre, o que Jesus disse na verdade para Pilatos foi que o seu reino não era apenas de caráter humano, em outras palavras o reino de Cristo apesar de reger a humanidade ele é basicamente um reino espiritual. 

1ª Co. 2. 6 "Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam". As palavras "deste mundo" diferenciam o que pertence a este sistema, daquilo que é espiritual, 1ª Co. 7. 31 “E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa". Deve ser destacado também que a visão bíblica de aniquilação, de algo passageiro, são na verdade aquilo que existe no planeta, não a terra em si, portanto a promessa bíblica é de que o reino de Cristo será instalado aqui. 

Dito isso, o que se destaca é o fato de que apesar do reino se instalar na terra, não significa que os seus súditos serão mundanos e é neste sentido que digo que existe uma deturpação no modo de enxergar o evangelho por parte dos cristão dos dias de hoje, e Paulo com muita propriedade nos esclarece isso, 1ª Co. 15. 50 "E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção

Paulo utiliza as palavras carne e sangue para enfatizar a natureza humana corrompida. Esta é a mensagem do evangelho, de que o homem natural, aquele conjunto que dita a nossa natureza e personalidade não é importante para o reino de Deus, ao contrário o que é importante é aquilo que vem de Deus para nós, aquilo que a bíblia destaca como sendo o novo nascimento, 2ª Co. 4. 16 "Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia". 

Por isso disse acima que muitos estão distorcendo o evangelho bíblico. E esta distorção se dá quando nós começamos a utilizar a nossa crença como sendo um aferidor de medidas daquilo que temos ou não conseguido no mundo, quando passamos a acreditar que o fato de se dizer cristão tenho que por obrigação ser bem sucedido na minha vida temporal, parece que o "evangelho" da prosperidade tem corrompido muitos que são levados nessa mesma ideologia maléfica. 

Muitos também têm aderido à ideia do mundo secular e descrente, essas pessoas têm influenciado a muitos a duvidarem da bondade e onipotência de Deus, pelo fato de que o curso natural do mundo com seus conflitos, desastres e problemas permanecerem. Os céticos têm argumentado que se Deus de fato existisse os conflitos a maldade as doenças não deveriam mais existir. 

Deve-se destacar também que Deus de fato existe e a criação com suas leis em perfeita sintonia destacam isso, tornando assim os céticos indesculpáveis em seus raciocínios, depois o fato de Deus ser autônomo ele agirá para trazer a restauração e por fim a maldade em todas as suas formas no tempo designado por ele, e deve-se destacar também que por ser soberano sobre sua criação Deus não é obrigado a dar conta de nada para ninguém. 

Pelo contrário, Deus já fez nos propôs a vida eterna, no entanto, o que muitos em sua incredulidade não conseguem ver, e muitos cristão estão deixando de ver, é que o que Deus fez e está fazendo, não diz respeito a natureza corruptível, nem mesmo a este atual sistema que ora presenciamos, por isso as catástrofes irão continuar a maldade as doenças e toda sorte de injustiça, até o tempo designado por Deus. 

Sl. 9. 8 "Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão". At. 17. 31 "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos".  

Portanto, a nossa preocupação com relação a Deus não deve estar baseada com os acontecimentos que nos cercam, mas sim, com o mundo vindouro. Dito isso, quero dizer mais especificamente baseado dentro da revelação bíblica que o cristão não foi chamado a ser grande neste mundo, pelo contrário, Lc. 12. 15 “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”.  

A nossa preocupação não deve ser priorizada com as coisas do mundo, visto serem elas passageiras, Dn. 2. 35 “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra."  

Este verso dá apenas um vislumbre do futuro, onde o reino dos homens pré-figurado pelos metais, serão consumidos pela pedra o qual representa o reino de Cristo. Isso nos mostra que o nosso objetivo neste mundo deve ser direcionado para algo mais elevado e não somente para aquilo que é comprovadamente passageiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um só Deus e um só Senhor.

No mundo pagão do 1º século, as pessoas ofereciam sacrifícios aos ídolos, vemos pela bíblia Paulo exortando aos convertidos da cidade de Corinto sobre esta questão. Na cidade de corinto principalmente, era comum oferecer sacrifícios em forma de carne para os ídolos, parte era para os sacerdotes, e parte era para os adoradores, que a utilizavam para uma refeição ou uma festa, seja no templo, seja num lar. Contudo, parte da carne que havia sido oferecida aos ídolos muitas vezes era entregue a algum açougue, para ser vendida.

1ª Co. 8. 1 ORA, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica”. Paulo faz a sua palestra e no final do capítulo vemos ele dizer que o sacrificado ao ídolo deveria ser evitado não pelo fato do ídolo ser alguma coisa, mas sim por causa da consciência alheia, 1ª Co. 8. 10 “Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?”.


Como a cidade de Corinto pertencera ao domínio grego e posteriormente ao domínio romano, os deuses que predominavam em seus templos eram numerosos, esses deuses ou daimones (demônios) os quais a princípio eram tidos como os distribuidores de bênçãos eram aclamados, e na concepção dos cidadãos da cidade merecedores de sacrifícios e homenagens. Reparem no contexto do capítulo 8 de 1ª coríntios, onde Paulo descreve a pluralidade, não só dos ídolos, mas também de deuses e senhores.

E este capítulo 8 é de suma importância para nós os que cremos, importante para provar ao menos duas coisas: (1º) a despeito do meio cristão insistir que devemos ter respeito pelos ídolos no sentido de nos preocuparmos com uma “vingança” dos mesmos, Paulo nos revela de que o ídolo nada é no mundo, 1ª Co. 8. 4Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só”.

Estaria Paulo sendo desrespeitoso com os ídolos pagãos? Não! Até porque para ele, o ídolo era apenas uma criação da mentalidade humana, uma representação daquilo que o ser humano idealizou como sendo a forma de um ser superior, no contexto de coríntios os distribuidores de bênçãos. Percebe-se claramente que Paulo não restringiu o uso da carne pelo ídolo em si, mas por causa da consciência alheia, 1ª Co. 8. 8 “Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta”.

Mas alguém irá dizer: - ora não estaria alguém ao comer algo sacrificado agradando ao demônio? Ninguém deve fazer nada que contrarie a sua consciência, no entanto, é bom ter em mente que o demônio na verdade refere-se não aquilo que a cristandade tem rotulado atualmente, o demônio era tido na antiguidade como um ser do plano superior o qual trabalhava com o intuito de distribuir as bênçãos aos seres humanos, posteriormente eles se rebelaram e passaram a distribuir também maldição e calamidades. Deve se ter em mente que este pensamente fazia parte do mundo pagão.

A segunda questão de suma importância encontrada no capítulo 8 de 1ª coríntios é algo extremamente simples e ao mesmo tempo revelador para a cristandade em geral, não sei como algo tão consistente pode passar despercebido, me refiro aos versos 4 a 6 de 1ª Coríntios, o verso 4 foi lido a cima e nos diz que apesar existir os ídolos no mundo só há um Deus, em outras palavras como diz o verso  não há outro Deus, senão um só. Esta segunda questão eu disse ser importante visto ela comprovar claramente que não existe uma trindade de deuses ou de Deus como queiram. 

O argumento dos trinitarianos será: - ora acreditamos e ensinamos também que existe somente um Deus agindo por meio de três pessoas, assim sendo 1ª Co. 8. 4 não prova nada contra a trindade. Bem, como resposta deve admitir que o credo trinitário seja dito exatamente dessa forma, de que há um Deus existindo em três pessoas. O grande problema teológico é que tal informação não encontra apoio em parte alguma da bíblia, em outras palavras a bíblia diz sim que existe somente um Deus, porém não diz que Ele atua por meio de três pessoas, assim sendo o verso 4 de 1ª Coríntios 8 começa a comprovar que Deus é um e um mesmo.  

E voltando ao contexto de Coríntios, onde as pessoas eram muito supersticiosas, cercadas pelos ídolos, Paulo abre um leque maior da realidade daquele lugar, alias não só daquele, mas de todo o mundo; e o próximo verso descreve não a realidade passada da cidade de Corinto, mas a realidade contemporânea, 1ª Co. 8. 5Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores).

Para o povo daquela cidade existiam os inumeráveis deuses, tanto é assim que Paulo relata-nos dizendo que a concepção dos cidadãos de corinto era de que os deuses habitavam não só o céu, mas também a terra, isso disse ela, com relação aos ídolos temidos pelo povo. Portanto os deuses dos cidadãos da cidade de Corinto eram os ídolos os daimones (ou demônios) os quais eles faziam as suas oferendas.

É bom atentarmos para o final do verso cinco, onde Paulo nos diz que além dos muitos deuses existem também os muitos senhores; na verdade esse senhorio dito por Paulo está relacionado à questão da escravidão, algo comum no 1º século, no entanto, a questão do senhorio continua, apesar de em grande parte do mundo não mais existir uma escravidão declarada ou legalizada. 

Mas a despeito de muitos e em toda parte se sentirem e se intitularem senhor devido ao seu poderio Paulo no verso 6 não descarta esse título desejado pelos homens, porém destaca claramente que para nós os que cremos há um só Senhor e este Jesus Cristo. 1ª Co. 8. 6 Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.

É certo também que por motivo de orientação, respeito ou tradição aqui no Brasil, por exemplo, temos o costume de chamarmos os mais velhos de Sr. Sra. Claramente isso não influencia na espiritualidade e devoção ao único Senhor que é Jesus Cristo, a quem o poderio e o domínio completo será dado, mas por outro lado o verso seis destaca algo importante e talvez até perturbador, diz que para nós há, ou seja, existe um só Deus.

E na continuação do verso percebem-se claramente dois erros crassos do trinitarianismo, o primeiro é dito que Jesus é Senhor e não Deus; existe uma diferença nisso, a crença judaico-cristã do primeiro século ensinou e acreditou até o fim de que Jesus irá reinar sobre a terra, reinará sobre os homens e como homem, naturalmente como um homem não mais sujeito a morte, por isso é dito que a despeito de existirem muitos senhores só há um só Senhor de todos.

Já a segunda questão refere-se a Deus, como sabemos a doutrina da trindade ensina que existe um só Deus, agindo por meio de três pessoas, algo desconhecido dentro da bíblia, o interessante é que quando digo que existe um só Deus eu que encontrar apoio para isso e o verso seis é claro em dizer que esse único Deus é o pai, assim sendo para nós há um só Deus, o Pai. Não tem erro nem mesmo mistério. Então fica claro que existe uma diferenciação entre Deus e Jesus, Deus é o pai e Jesus Cristo é o Senhor, algo completamente distinto, Fl. 2. 11 “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai”.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Uma interpretação bíblica do satã do livro de Jó.

Jó. 2. 1 "E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles”. A interpretação popular que há milênios e dada para este verso é que Satanás é um anjo (caído) que veio do céu com o objetivo de criar problemas para a vida de Jó. Os problemas seriam dois, interferir diretamente na saúde de Jó, com o objetivo principal de afastá-lo de Deus.

Algo que deve ser salientado, no entanto é que "Satanás" é mencionado apenas nos dois primeiros capítulos de Jó, contudo, em nenhuma parte do livro é explicitamente definido como sendo um anjo. O que a tradição popular não ensina e de fato omitem é que a expressão filhos de Deus não significa unicamente que sejam os Anjos, por exemplo: Gn. 6. 2 Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.

Assim sendo esta frase "filhos de Deus" pode referir-se àqueles que têm uma verdadeira compreensão de Deus, Rm. 8. 14 Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”. 2ª Co. 6. 17-18 Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”. E ainda segundo a bíblia, os Anjos ditos seres celestiais, não fazem acusação contra aqueles que são considerados filhos de Deus, 2ª Pe. 2. 11 Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.

Assim sendo, nós não podemos provar conclusivamente que Satanás era um filho de Deus ou um ser celestial, pelo simples fato de que no final do verso 6 de Jó nos é dito que satanás veio entre eles, no caso os filhos humanos de Deus. Porque podemos concluir que “satanás” estava entre aqueles professos filhos de Deus aqui na terra? Sl. 5. 4 Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal”. Hc. 1. 13 “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele”?

A cristandade como um todo tem ensinado que o Anjo caído foi expulso do céu, basicamente no período da organização da terra, assim sendo cabe uma pergunta: como pode o Anjo caído expulso, desligado das cortes celestes e mesmo assim ter acesso ao céu em um período posterior? Esta afirmação contraria não só a posição defendida pela cristandade; onde afirmam categoricamente ter sido expulso para a terra e também contrariam os versos bíblicos lidos a cima onde nos é dito que o mal não pode permanecer na presença de Deus. 

Como mencionei anteriormente a posição de fendida pela interpretação popular, ou pela cristandade em geral é que satanás veio trazer problemas para Jó e entre eles um problema de saúde, com o intuito de fazê-lo aborrecer-se de Deus, no entanto os versos a seguir nos mostram ao contrário, Jó 2. 10Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios”. Jó 16. 11Entrega-me Deus ao perverso, e nas mãos dos ímpios me faz cair”. Jó 23. 16Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou. Jo. 42. 11Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro”.

Observe que Jó não acreditava que Deus pudesse trazer apenas coisas boas para sua vida, em nenhuma parte ele se queixa de que Satanás lhe trouxe problemas. Jó percebeu que seus sofrimentos vieram para poder fazê-lo conhecer Deus na prática e não apenas na teoria Jó. 42. 5-6 Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.

Como registrado em Jó 2. 1 onde nos é dito que os filhos de Deus juntamente com satanás terem ido a presença do Senhor não significa uma ida literal perante Deus, em outras palavras não quer dizer necessariamente que eles estavam no céu. Por exemplo: Gn. 4. 16 E saiu Caim de diante da face do SENHOR, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden”. Dt. 19. 17 Então aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o SENHOR, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias”. Dentro do contexto bíblico estar na presença de Deus dignifica estar perante um representante, Caim estava perto de um representante o qual a bíblia não diz quem foi, dois homens levaram uma demanda para os juízes os quais representavam a Deus, e o próprio Jesus foi levando perante Deus representado pelo sacerdote, Lc. 2. 22 “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor”.
  
Jó 2. 3-6 E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. Então Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida”.
 
Observe que Satanás não foi autônomo, tinha de receber o poder de Deus, não havia nada em seu próprio direito de fato, o verso 3 nos revela que foi Deus quem apontou, que falou de Jó a Satanás e apesar de ser dito que jó estava nas mãos de satanás não diz que ele fez mal a Jó, vejamos, jó 2. 7 Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça”. Aqui não é dito quem causos as úlceras em jó, pelo contrário diz que Deus é a fonte de seu sofrimento Jó 19. 21 Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou”.

Na verdade, não é dito que satanás fez algo de errado ele simplesmente faz a observação de que pode haver uma relação entre as ofertas oferecidas por jó e as bênçãos materiais que Deus lhe deu. Novamente é enfatizado pelo próprio Jó que Deus realmente trouxe os seus problemas, Satanás só foi o instigador do mesmo, Jó. 6. 4 Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, cujo ardente veneno suga o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim”.     

Baseado no pensamento cristão popular a resposta de Jó deveria ter sido: "Eu estou sofrendo porque Satanás fez isso comigo, não Deus! Já os seus amigos acusadores acreditavam que o problema ocorrido com era devido a algum pecado seu, e para eles Deus estava punindo devido a isso, o fato é que nem os amigos de Jó nem ele mesmo acreditavam que "Satanás" era um ser do mal, sobrenatural e pessoal. Talvez Satanás tenha sido os três “amigos” de Jó, o objetivo deles foi de acusarem Jó de ser um pecador, tanto é que no final do livro eles são repreendido, Jó. 42. 7 Sucedeu que, acabando o SENHOR de falar a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó”.

Na verdade o livro de Jó é uma desconstrução do satã cananeu e persa os quais eram tidos como criaturas que distribuíam desgraças sobre os seres humanos, lembrando sempre que a palavra Satanás nada mais é do que adversário alguém pode muito bem ser seus “amigos” que invejava Jó, e por isso pleiteavam a Deus para que de alguma forma punisse Jó. Não que Deus tenha atendido somente para satisfazer tal acusador, mas com o objetivo de revelar quem realmente era Jó e sua fé.  

domingo, 2 de setembro de 2018

Apocalipse 13. O que podemos esperar do futuro?


Com relação as profecias apocalípticas as quais ainda não tiveram o seu cumprimento, nós não podemos ser dogmáticos, em outras palavras, não podemos sustentar que uma opinião emitida possa ser unicamente a opinião verdadeira, por exemplo: não podemos afirmar categoricamente que fulano A ou a instituição B possa ser a besta do apocalipse, ou mesmo que a marca da besta seja o domingo como sustentam os adventistas, ou ainda que seja o código de barras ou o micro chip.

Ser dogmático ou sustentar radicalmente tais opiniões pode gerar descrédito a medida que tais acontecimentos não cumprem o que sustentamos ser o cumpridor das profecias; assim sendo, acredito que o mais sábio a se fazer é deixar a bíblia falar e seguir as lógicas dos fatos que se desenrolam ao nosso redor. Acredito particularmente que a tecnologia que ora presenciamos faz parte do embrião ou da teia que está sendo construída, com o intuito de formar o que chamamos ser o período da besta.

Ap. 13. 12 "E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada". Neste assunto não irei abordar quem ou o que possa ser, ou mesmo o que foi a primeira besta, pois segundo a bíblia a besta é apenas um corpo utilizado para impor as nações aquilo que a cabeça ou aquele que rege o corpo quer, como é relatado em Ap. 13. 1 e 3 "E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia". "E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta".

Percebe-se no verso que em uma determinada época, uma das cabeças foi tirada de circulação, mudando com isso o rumo que era tomado pela história, assim sendo, não irei me ater na questão que envolve a primeira besta mais sim no momento que ora presenciamos o qual resultará no campo favorável a besta. Antes porém eu pergunto: vivemos no período da besta? Sim! não no período dessa "cabeça" ou daquele (s) que arquitetará um mecanismo de compra e venda.

Na verdade o reino da besta é contrastado com o reino de Deus, temos sempre  o oposto, a bíblia classifica o reino de Deus como sendo de justiça, de verdade de equidade de igualdade e de durabilidade, o contraste demostra a realidade que ora presenciamos. O verso doze nos diz que a besta fará com que toda terra "adorem" (proskneo) sejam, participantes, aderentes, que gostem do modelo de governo da primeira besta, a grande questão é: como se dará o processo que possibilitará  ter acesso a toda a terra?

É aí que entra a tecnologia; o que temos presenciado na atualidade demonstra que existe uma tendência (acredito planejada)com o intuito de interligar os cidadãos de todo o mundo e o grande problema é que esta tendência parece ser natural e consentida, em outras palavras existe uma luta para poder ser aderente da nova realidade que o mundo propõe, está de fora significa estar desatualizado, fora da tecnologia, mas as pessoas dirão -ora, além de ser necessário, isso é um acontecimento maravilhoso...

Na verdade a nova tecnologia que temos presenciado se tornou necessária devido a "necessidade" que o homem estipulou como sendo necessário para sua subsistência, por isso disse acima, além de ser consentida ela foi planejada; e a massa que é regida pela mídia, tem feito a sua parte e essa parte culminará com o final do relato do verso três, "toda a terra se maravilhou após a besta", em outras palavras a "adoração ou reverência ao sistema de governo (da besta) será voluntário.

Na verdade a ciência tecnológica transformou-se no novo "deus"; Para se ter uma ideia em 1964, Walt Disney desvendou uma maravilha tecnológica na Feira Mundial de Nova Iorque. Era uma representação de Abraão Lincoln que se movia, falava, e, até mesmo, estava sentado e ficou em pé. Disney chamou essa nova forma de animação de Áudio-Animatronics. O homem havia encontrado uma maneira de fazer um objeto inanimado se mover, falar e exibir expressões faciais, usando uma forma especial de robótica.

Dn. 3. 1 "O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de babilônia". É sabido por todos que em muitos aspectos a história se repete; neste verso percebemos uma imagem sendo usada, com o objetivo de causar impacto, levado a mente daqueles que presenciaram o fato a uma condição de medo e submissão.

Dn. 3. 4-5 "E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas: Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado". Nesta época a tecnologia não contava com o apoio da eletrônica, da robótica e da mecatrônica e todos os meios que atualmente nós dispomos, apesar de ser uma obra gigantesca, a estátua era um objeto inanimado, não falava e não se movia. Em se tratando de profecias, como disse no início, devemos ser prudentes, e nunca estipular algo como sendo a realidade última e imutável, mas não podemos descartar as semelhanças.

Relembrando que Walt Disney deu um passo importante na feira mundial de Nova York, será que essa inovação parou por aí? Não! Basta pesquisar para descobrir que o mundo trabalha com o intuito de criar humanoides, mas o que isso tem a ver com a besta do apocalipse? Ap. 13. 15 "E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta".

Parece que a evolução tecnológica não tem limites, e parece também que o sistema será feito de tal maneira a não deixar brechas para manipulações, acredito segundo o verso bíblico que a inteligência artificial regerá as regras ditadas pelo governo da besta, tanto que o verso diz que foi concedido espírito, folego, ou vida (animação) em outras palavras para a imagem da besta, ou para aquilo que representa a besta em última instância; e o interessante é que a vida ou animação será lhe dada a ponto de fazer essa imagem falar.

Dando a entender claramente que seja lá o que for a imagem da besta era algo inanimado criado pelo homem. Não podemos ser dogmáticos nem mesmo categóricos, quanto ao que será essa imagem da besta, no entanto, uma coisa é certa, que a tecnologia que ora está sendo disseminada, aperfeiçoada, introduzida em todos os lugares e acima de tudo, exigida pela sociedade será a principal ferramenta da nova ordem mundial, conhecida como reino da besta.

Tanto será assim que o próprio sistema monetário ou mesmo o comércio em geral será regido por esse sistema, Ap. 13. 16-17 "E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome".

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O cristão está isento de qualquer problema?

Os cristãos da atualidade são tremendamente inconstantes com relação a defesa de sua crença, por exemplo: pergunte para alguém sobre os dízimos e terá como resposta a defesa de sua validade. Isso acontece pelo fato da falsa interpretação, de que ser dizimista, é sinônimo de prosperidade financeira,  quando digo falsa interpretação, me refiro ao fato do dízimo não ser um mandamento para os gentios, ou mais precisamente um mandamento para os cristãos.

E mais, além de não ser um mandamento para os cristãos, o dízimo como exigido pela bíblia não está mais em uso, no entanto, com rara exceção todos os cristãos defendem sua vigência, testificando  com as palavras ditas a cima, de que são inconstantes em suas crenças. Com relação a dar dinheiro a proposta do NT. é diferente, não se trata de uma obrigação estrita embasada na lei, 2ª Co. 9.7 " Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria".

E isso não é dízimo, doar o que propôs o "coração" é dar sem esperar uma recompensa, não é doar 10% esperando conseguir o dobro ou o triplo. E com relação as bençãos? Pergunte a um "cristão" da atualidade o que ele pensa a respeito? Atualmente todos e isso com raríssimas exceções irão testificar que a bíblia promete bençãos, e para isso recorrem o AT. Dt. 28. 13 "E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir".

Eles dizem sem medo de errar, -"sou cabeça, não cauda". Parecem desconhecer que tais promessas foram feitas a Israel, e com uma cláusula importante, tais bençãos só seriam obtidas se eles os israelitas, cumprissem toda a lei, e quando digo toda a lei é toda mesmo, não é só dizer que cumpre os dez mandamentos (algo que não é cumprido também) para ter "posse" das bençãos; e os cristãos da atualidade nem sequer recorrem ao NT. para comprovar se é assim mesmo, por exemplo:

1ª Co. 4. 9 "Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens". Muitos ironicamente irão dizer - "ora, a bíblia está dizendo dos apóstolos e não de nós". Mc. 9.34-35 "Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior. Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos".

Lc. 22. 25-26 "E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve". Vemos nestes poucos versos que a proposta do NT.  é bem diferente daquilo que foi proposto para Israel, tanto que em outro episódio registrado abaixo os judeus se escandalizaram.

Mt. 5. 40-41 "E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas". Isso para o judeu era inadmissível, no entanto o descumprimento da lei estava lhes proporcionando uma situação bastante adversa, isto é, os romanos estavam instalados dentro de Jerusalém; naturalmente as palavras de Jesus se estendem a todos os seus seguidores, então, essa de ser cabeça e não cauda é uma interpretação ridícula que ouvimos na atualidade.

Outra falsa interpretação que criou-se no meio dito cristão é o pensamento de que a partir do momento que alguém se torna um cristão, tal pessoa passou a ter uma proteção que o livrará de todo o mal, não são poucas as vezes que ouvimos as pessoas dizerem: - "fulano era ímpio, por isso foi acometido por isso é por aquilo", dando a entender que os que creem na bíblia estão isentos de acontecimentos catastróficos, no entanto, não existe uma só confirmação da bíblia embasando tal ensinamento. 

Pelo contrário, quantos professos cristãos não sofreram ou sofre mundo afora? Quantos relatos no NT. nos confirmam as assolações sofridas pelos seguidores, por exemplo: 1ª Co. 4. 11-13 "Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos".

Observando esses e outros versos percebemos uma grande desinformação por parte dos ditos cristãos da atualidade. Ainda com relação a errônea interpretação por parte daqueles que se dizem seguidores de Cristo, os quais asseguram que estão isentos das revezes que acometem a humanidade pelo simples fato de se intitularem cristãos, percebemos na bíblia o próprio Jesus dando uma lição naqueles estavam professando ser seus seguidores, naturalmente como na atualidade existem aqueles que seguem apesar de serem pecadores e existem também aqueles que professam seguir.

A lição dada por Cristo se encontra em Lucas 13. 1-5 "E, Naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis".

Uma torre cai em cima de dezoito judeus e os mata, mas segundo o pensamento atual isso não poderia ter acontecido, "bem talvez eles não fossem cristãos", podem argumentar, mas acabando com essa farsa de que o cristão não tem aflições Jesus perguntou: "E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém?"  Em outras palavras podemos dizer: o cristão tem apólice de seguro outorgada por Deus? Não!

Portanto, não podemos acreditar nesta farsa produzida e proclamada pelos ditos evangélicos, pelo contrário, devemos ter sempre em mente a realidade que nos rodeia embasada por aquilo que a bíblia declara,   Jo. 16.33 "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". 

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Daniel 7 e 8 não prova o surgimento do adventismo.

A igreja adventista do 7º dia é famosa por promover estudos bíblicos e dentre eles os estudos que falam sobre profecias, quantos leigos não ficaram deslumbrados com as palestras sobre Daniel e apocalipse? Quantos não foram convertidos ao adventismo por participar de uma semana de profecia? (nome dado pelos adventistas quando acontece uma semana de oração com estudos sobre profecias.)

Geralmente nestas semanas proféticas é dado ênfase sobre o livro de Daniel, o objetivo principal é doutrinar os leigos visitantes, com o intuito em esclarecer a "verdade" oculta e com isso converte-los ao adventismo; geralmente os estudos abrangem mais os livros proféticos, mais especificamente o livro do profeta Daniel capítulos sete e oito, e nesse estudo é enfatizado que ambos os capítulos, o sete e o oito representam ou simbolizam o poder de Roma, o capítulo oito a fase imperial ou como dizem os adventistas a fase pagã e o capítulo sete representa a fase papal ou a cristã.

Qual é o objetivo principal dessas semanas de profecias? O principal mesmo é fortalecer a denominação internamente, dizendo com isso tanto para os membros comungantes quanto ao leigos visitantes que a denominação é a única verdadeira, àquela que possui a luz da revelação dada por Deus e que fora dela só existe a condenação no inferno. Mediante a isso, o que devemos fazer? Somente ouvir acreditar e dar-se por satisfeito? Ou pesquisar, principalmente em cima  daqueles versos utilizados, os mesmos que baseiam sua tese?

Naturalmente devemos pesquisar e caso ela esteja com a razão dar-nos-emos por satisfeitos, se não, cai o exclusivismo. Como dito a cima, Para os adventistas, tanto Daniel capítulo sete quanto o capítulo oito representam Roma, para eles, o capítulo (8) representa a fase imperial e o outro (7) a papal; e como eles interpretam isso? Baseados nos chifres pequenos encontrados em ambos os capítulos. Será que tal interpretação é procedente? Vejamos:

Dn. 7. 7-8 "Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas".

Percebemos por estes versos encontrados no capítulo sete, que este chifre pequeno está associado a besta a qual representa o quarto império, tanto que nas visões de Daniel no verso sete é dito o "quarto animal", onde realmente a maioria dos estudiosos acreditam ser uma representação do império romano. E o chifre do capítulo oito? Estaria ele representando um rei ou um reino oriundo do quarto império? Relembrando também que animal e chifres em profecias e isso segundo a bíblia representa reinos e reis, Dn. 7. 23-24 " Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis".

Mas, voltando a pergunta anterior, o chifre pequeno do capítulo oito, também procede do quarto animal? Não! Dn. 8. 8-9 "E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro também insignes, para os quatro ventos do céu. E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa".

Quem ou o que representa o bode do capítulo oito? Dn. 8. 20-21 "Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da Pérsia, Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei". Percebe-se claramente uma distinção, este chifre pequeno o qual irá profanar santuário surgiu não do quarto império, mas sim do seu antecessor, isto é, do império grego. 

É dito também que o chifre pequeno do capítulo sete surge da cabeça de um animal, já o chifre pequeno do capítulo oito surge de um chifre já existente, percebemos ainda que o chifre pequeno do capítulo sete aparece em meio aos 10 chifres já existentes, e este chifre não surgiu da cabeça do bode. Já o chifre pequeno do capítulo oito surge de um dos quatro chifres, da cabeça do bode, não do animal terrível do capítulo sete.

Assim sendo, vemos as suas diferenças, o do capítulo sete surge de uma besta, arranca três chifres durante o seu surgimento, é diferente dos outros dez chifres, indicando com isso que ele seria um poder novo e diferente, Dn. 7. 20 "E também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros".

Reparem que o chifre pequeno de Daniel 7. 20 é mais forte ou robusto que os seus companheiros simbolizados pelos dez chifres. O seu campo de influência é a totalidade do quarto império, pois surge da cabeça da besta e se converte no chifre dominante entre os outros dez chifres. Se levanta contra “o Altíssimo” e os “santos do Altíssimo”. Em primeira instância estes são os santos de Deus através de todo o quarto império. Estas são apenas algumas características do chifre pequeno de Daniel sete.

Iremos comparar as características dos chifres e veremos que são plenamente distintos vimos em Daniel 8. 9 que o chifre pequeno surgiu de um dos quatros chifres da cabeça do bode, diferente do surgimento do outro chifre do capítulo sete, que surgiu da cabeça da besta, assim sendo este chifre é um chifre que nasce de um chifre, e também não arranca nenhum chifre durante seu surgimento não diz que este chifre seja novo, ou diferente em alguma maneira.

As palavras aramaicas para chifre pequeno nos capítulos sete e oito se traduzem precisamente como “outro chifre, um pequeno”, já as palavras hebraicas para chifre pequeno nos capítulos sete e oito se traduzem precisamente como “um chifre de pequeno tamanho; ainda sobre o chifre do capítulo oito nos é dito que ele é um chifre que sai de um chifre e um “chifre de pequeno tamanho” significando com isso que é um tanto insignificante quando se compara com os quatro “chifres notáveis” e o primeiro chifre do bode.

E é dito ainda que ele pertence somente a uma das quatro divisões do poder do bode. Sua atenção se restringe principalmente a uma província menor de uma divisão do império do bode (Grécia) Dn. 8. 9 "E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa". Ou seja, a “terra gloriosa” que é a Palestina. E a sua malevolência é dirigida contra o povo judeu, ao sumo sacerdote, os sacrifícios, e o santuário, o próximo verso nos diz exatamente isso.

Dn. 8. 10 "E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou". Dn. 8. 23 "Mas, no fim do seu reinado, quando acabarem os prevaricadores, se levantará um rei, feroz de semblante, e será entendido em adivinhações". E falando ainda sobre este chifre que resolveu investir contra Jerusalém é nos dito que a palavra rei para este verso é Melek que quer dizer rei e não malkuw que quer dizer reino, portanto o verso 23 está tratando de uma pessoa, um rei e não do império romano e sua extensão. 

Dn. 12 "E um exército foi dado contra o sacrifício contínuo, por causa da transgressão; e lançou a verdade por terra, e o fez, e prosperou". O príncipe do exército é Jesus? De maneira nenhuma o verso está dizendo isso. A palavra príncipe é SAR e é o mesmo que, governante, líder, chefe, comandante, oficial, capitão, líderes, príncipes (referindo-se a ofícios religiosos). O sacrifício diário foi tirado por este rei por causa das transgressões, transgressões não dos cristãos como diz EGW, mais sim dos judeus dos dias de Daniel esta é a verdade.

Outro fato que joga por terra a interpretação adventista é a questão das tardes e manhãs, Dn. 8. 14 "Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado". A palavra tarde deste verso é ereb, é o mesmo que tarde, por do sol, e manhã boqer que quer dizer fim da noite, nascer do sol. O verso está dizendo literalmente 2300 tardes e manhãs. Caso fosse 2300 dias a palavra deveria ser yowm que quer dizer dia. Outro fato bastante relevante e que contribui grandemente para jogar por terra a teoria adventista do santuário está no fato da purificação do santuário de Daniel 8. 14 nada tem a ver com a purificação de Levítico 16.

A palavra purificado de Daniel é tsadaq que quer dizer, ser justo, ser correto, ao passo que o verso de Levítico 16.33 que fala sobre a expiação é kaphar que é o mesmo que cobrir, purificar, fazer expiação, fazer reconciliação. Percebemos então que os versos são completamente diferentes, e nada tem a ver a purificação do santuário Levítico com as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8. 14.

Assim sendo, duas questões importantes merecem ser destacadas: (1) a profanação do santuário não foi feito pelo chifre do capítulo sete, ou o chifre que surge do império romano, o chifre que profanou o santuário surgiu dos quatro chifres os quais descenderam da cabeça do bode, o qual segundo Daniel representa o império grego. (2) Para o adventismo a doutrina do santuário é a base que sustenta a coluna central da denominação, o problema é que esta base é extremamente frágil e essa fragilidade pode começar a ser entendida neste assunto. 

domingo, 15 de julho de 2018

Jesus viveu como Deus antes de seu nascimento? O que diz a bíblia?

Várias passagens bíblicas parecem implicar que Jesus Cristo existiu de alguma forma no céu antes de aparecer aqui na terra. A maioria destas passagens encontram-se no Evangelho de João.. Por exemplo: Jo. 6. 38 “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.” Jo. 6. 62 “Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?” Jo. 8. 58 “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” Jo. 17. 5 “E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.”  

É argumentado que estas afirmações são claras e que devemos aceitar o ensino bíblico que Jesus viveu anteriormente no céu. É certo que as passagens são claras, mas isso não significa necessariamente que devemos considerá-las como literais. Existem outras passagens bíblicas que são tão claras como estas e, no entanto não as consideramos literalmente, ainda que as pessoas que as ouviram estas palavras não sabiam inicialmente como considerá-las. Muitas destas passagens também se encontram no Evangelho de João. Por exemplo: 

Jo. 2. 19-20 “Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?” Jo. 3. 3-4 “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?”   

Jo. 4. 13-15 “Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la.” Jo. 4. 34 “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” Jo. 6. 50 “Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça.” Lc. 9.23 “Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti”. E Gl. 2.19 “Estou crucificado com Cristo… 

Da mesma maneira como não tomamos as anteriores afirmações literalmente, tampouco devemos tomar em sentido literal as afirmações de que Jesus viveu anteriormente no céu antes de nascer na terra.. Em primeiro lugar, a Bíblia afirma que Jesus é um homem. Is. 53. 3 “Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum”. Jo. 1. 30 “Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu”.  

Jo. 8. 40 “Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.” At. 2. 22 “Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis”. At. 17. 31 "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. Rm. 5. 15 “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos”.1ª Co. 15. 21 “Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem”.   

Quando nascemos trazemos as características de nossos pais, o mesmo podemos dizer de Jesus, assim por sermos humanos temos os nossos antecedentes com Jesus foi a mesma coisa, por ser homem ele teve os seus antecedentes, Mt. 1. 1 “Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Se Jesus não nasceu de forma normal e real nessa altura, em que sentido pode ser filho de Abraão e Davi, ou mesmo de Maria? Outra característica humana de Jesus se encontra em Lc. 2. 52 “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”.

Como pode ter crescido em sabedoria se antes de nascer já era um ser celestial dotado de sabedoria? E se Jesus abandonou toda a sua sabedoria e conhecimento anterior para nascer na terra como homem, como pode continuar a ser a mesma pessoa? Já que a essência de qualquer pessoa é a totalidade das suas experiências e sabedoria adquirida ao longo da sua vida. Também o autor de Hebreus diz que Jesus foi aperfeiçoado e aprendeu a obediência através das suas experiências aqui na terra Hb. 2. 10 “Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles”.  

Hb. 5. 8 “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu". Mas como pode ter sido aperfeiçoado aqui se antes de nascer já era um ser celestial perfeito e poderoso? Existia entre os judeus a ideia de que um bom mestre “vinha de Deus”, mas não no sentido de ter vivido nos céus com Deus antes de nascer Jo. 3. 2 “Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele". 

No entanto, não há provas de que Nicodemos cresse que tinha existido literalmente nos céus antes de nascer. Se a Bíblia aparentemente insinua que Jesus veio do céu, diz o mesmo de outros homens. Jo. 1. 6 “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João”. A frase afirma literalmente que João veio da presença de Deus, assim como Jesus, mas ninguém mantém que João tivesse preexistido no céu. Outro caso é o do profeta Jeremias, Jr. 1. 5 “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta”. 

Estas palavras tomadas literalmente implicam que Jeremias existia antes de nascer, mas ninguém as toma nesse sentido. Significam que antes do profeta nascer, já sabia como seria e já tinha decidido que quando nascesse o nomearia para profeta às nações. Antes de nascer, Jeremias existia somente na mente e no plano de Deus, que conhece todas as coisas antes que existam. O Novo Testamento diz que Deus escolheu alguns antes que nascessem, falando como se já existissem. Ef. 1. 4“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. Paulo diz que Deus “nos escolheu nele [Cristo] antes da fundação do mundo,” o que implica que se Cristo existia naquela altura, também existiam as demais pessoas que iam crer nele. Na realidade, Paulo está falando da predestinação, o fato de que Deus conhece de antemão quem vai nascer e que papel terá no seu plano e propósito. 

Paulo ainda nos fala da “graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” 2ª Tm. 1. 9 “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos”. Como se todos os eleitos já existissem nesse tempo. Da mesma forma o apóstolo Pedro explica as alusões à suposta “preexistência” de Jesus Cristo ao dizer que foi “conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós” 1ª Pe. 1. 20 “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós”. 

Uma das maneiras encontradas para tentar defender a pré-existência de Jesus é dizer que ele possuía uma glória antes de se encarnar e o texto utilizado é Jo. 17. 5 “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse". É obvio que Jesus não pode ter desfrutado dessa glória ainda que realmente existisse nessa altura, visto que as Escrituras enfatizam que só se tornou merecedor dessa glória ao completar na cruz a sua vitória sobre o pecado, os versos a seguir nos confirmam isso. Hb. 2.9 “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”. 

At. 3. 13 “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto”. Isso só aconteceu após a ressurreição, Pedro também diz que Deus ressuscitou a Jesus e lhe deu glória. 1ª  Pe. 1. 21” E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus”. O próprio Jesus, falando com dois discípulos enfatiza que a sua glorificação era posterior aos seus sofrimentos, Lc. 24. 26 “Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?”  

Jo. 7. 39 “E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” Jo. 12. 16 “Os seus discípulos, porém, não entenderam isto no princípio; mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele, e que isto lhe fizeram”. As passagens anteriores demonstram que Jesus não pode ter literalmente usufruído glória antes do seu nascimento, porque somente podia recebê-la depois de ter terminado o seu ministério com êxito.  

Tanto a existência de Jesus antes que o mundo existisse, como a sua glorificação, somente podem ter existido de forma antecipada na mente e propósito de Deus. Este propósito foi aos poucos revelado aos profetas. As passagens que são citadas para apoiar a ideia da suposta “preexistência” de Jesus Cristo não indicam que realmente vivesse no céu antes de nascer. Simplesmente enfatizam em linguagem figurada o fato que a aparição do Senhor Jesus na terra não foi uma coisa do acaso, mas um acontecimento que foi determinado e autorizado por Deus desde antes da criação do mundo.